segunda-feira, outubro 30, 2006

PRIVATIZAÇÃO
Marcos Cintra, na Folha
"UMA PESQUISA publicada na quinta-feira no jornal "Valor Econômico" mostrou que a privatização é rejeitada por 70% dos eleitores.
Infelizmente, a dinâmica eleitoral causou um grande desserviço ao país.
Transformou a privatização em palavra maldita, e reforçou na mente do brasileiro a crença equivocada de que cabe ao governo desempenhar funções mesmo que o livre mercado possa delas se desincumbir com maior eficiência.
Durante a disputa eleitoral criou-se o fato de que o candidato de oposição privatizaria o que sobrou das estatais, inclusive o Banco do Brasil, a Petrobras, os Correios e a Caixa Econômica Federal." LEIA MAIS
Comentário
Vamos aos números e fatos para entender a questão:
a) No tempo de nossos avós, a maioria da população morava no campo. O governo gastava muito pouco com saúde e educação. Até recentemente, era comum pessoas (analfabetas) morrerem sem nunca ter ido ao médico (conheci várias lá na minha Turiba).
Detalhe: a carga tributária era próxima de 15 % do PIB - menos da metade da carga de hoje, e ainda sobrava dinheiro para o governo construir siderúrgicas (Volta Redonda), Petrobrás, etc, empresas que indubitavelmente foram importantes para o processo de industrialização (ademais, na época não havia capital privado para bancar essas empresas).
b) Agora mudou. Com a industrialização, as pessoas sairam do campo para morar na cidade (urbanização). A expectativa de vida ganhou uns 30 anos nesse período (graças à tecnologia e industrialização). Logo, a demanda por saúde, educação, habitação, transporte, saneamento, aposentadoria disparou. Daí que os impostos só subiram, atualmente em 38 % do PIB. Mesmo assim, os serviços públicos são sofríveis e claramente insuficientes.
Países adiantados gastam 15%, até 20 % do PIB (Canadá) apenas com saúde, dez vezes mais que o Brasil.
Outra coisa: agora há capital privado para investir em novas empresas (boa parte desse capital está emprestado ao governo - dívida pública).
Eis a questão:
O governo deve aplicar o escasso dinheiro nos impostos em empresas estatais (como fazia antigamente) ou deve priorizar o atendimento das novas demandas por saúde, educação, segurança, transporte?

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