Para entender a alma petista
A ORIGEM DOS "BANDIDOS"
CLÓVIS ROSSI, na Folha
"O leitor Eduardo Diniz, professor da Fundação Getúlio Vargas, exumou uma preciosidade em documento oficial do PT, aprovado em 1991. Diz:
"A democracia e as relações internas no partido, nas prefeituras que dirigimos e nos movimentos sociais de que participamos devem ser analisadas e criticadas abertamente por nós. É preciso reconhecer que no "petismo real" existem, em quantidade exagerada e perigosa, fenômenos como o aparelhismo, o sectarismo, as manobras espúrias, a falta de democracia. Sem superar tudo isso, o discurso acerca de nosso projeto de um socialismo renovado ficará no papel. Não seremos capazes de construir uma sociedade melhor amanhã se não formos capazes de mudar nossa prática hoje".
Não mudaram nos 15 anos que se seguiram à aprovação dessa avaliação, que é, repito, do próprio PT, não da oposição nem minha. Deu no que deu, a saber:
1 - O presidente da República e presidente de honra do PT afirma que "quem negocia com bandido vira bandido também". Mas esquece de dizer que quem negociou com bandidos é gente não só de seu partido mas da sua campanha e da campanha do homem pelo qual o presidente diz pôr a mão no fogo, aliás seu líder no Senado, Aloizio Mercadante.
2 - O ministro da Justiça do governo petista, Márcio Thomaz Bastos, disse, no ano passado, que "caixa dois é coisa de bandido". Esqueceu de dizer que petistas graduadíssimos confessaram caixa dois no episódio do mensalão. Não basta, pois, demitir ou expulsar a meia dúzia apanhada agora com a mão na massa ou os 40 do escândalo anterior, a "quadrilha", segundo o procurador-geral da República.
O texto de 91 prova que não nasceu agora a cultura que deu origem aos "bandidos", com a cumplicidade da cúpula e o silêncio da maioria dos filiados."
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