quarta-feira, outubro 18, 2006

DEPUTADOS SÓ VOTAM COM TROCA-TROCA?
"A mudança no Orçamento da União, de autorizativo para impositivo, terá de ser acompanhada de uma reforma política que estabeleça como prioridade a fidelidade partidária. Sem ela, e caso o Orçamento passe a ser mandatário - o que significa desvincular a liberação das emendas dos parlamentares da negociação com o Executivo -, em um ou dois anos haveria risco à governabilidade, avalia o cientista político Márcio André de Carvalho, da Fundação de Getúlio Vargas (FGV).
O cenário resultaria em maior dificuldade do Executivo na aprovação de medidas provisórias e de projetos de interesse do governo. Reduziria-se, assim, o poder de barganha representado pelo uso estratégico das emendas de parlamentares como forma de manter e ampliar a base de sustentação do governo no Congresso." LEIA
Peraí. Existe "projeto de interesse do governo" que não seja do interesse dos deputados, que não seja do interesse da população?
Ora, a democracia só se realiza com convergência dos interesses - do governo, do legislativo, da população.
O artigo explica bem os obstáculos que a democracia encontra no Brasil. O príncipe, para se impor, "compra" os deputados com emendas. O deputado se transforma em despachante atrás de recursos para os municípios (em troco de votos para a reeleição, barganhados com os prefeitos). O deputado deixa de batalhar, fiscalizar e votar por um programa para melhorar a vida da população, para dizer amém ao príncipe.
É a negação da democracia. É a negação da política.
Nota: só não entendi se o estudo do cientista político é para melhorar a democracia ou é para facilitar a vida do príncipe e de suas autoritárias medidas provisórias. Afinal, o estudo vai ser entregue ao ministro Tarso Genro, que disse que o povo já está cansado de "ética"!

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