quarta-feira, outubro 18, 2006

SAÚDE, EDUCAÇÃO...
OU EMPRESAS ESTATAIS
Há 50 anos o governo pouco gastava com educação e saúde. Havia poucas escolas, pouquíssimos postos de saúde. Logo, sobrava dinheiro para o Estado construir siderúrgica, explorar petróleo, abrir bancos, etc, para alavancar a industrialização e o desenvolvimento. Os heróis dessa época são Getúlio e JK.
Agora mudou. A situação é outra. Aumentou a demanda e o Estado se obrigou a gastar mais com educação, saúde, previdência, etc. Não obstante tenha dobrado a alíquota dos impostos, os serviços oferecidos ainda são sofríveis, carecem de qualidade (e de quantidade).

Nesse novo cenário econômico e social, qual deve ser a função do Estado? Atender as demandas por educação e saúde, especialmente dos mais pobres? Ou continuar investindo em empresas estatais? Ou criar ambiente competitivo para que o capital privado o faça?

É preciso escolher, sim, posto que os recursos são limitados e não dão para fazer tudo. É impossível fazer (fazer bem feito) as duas coisas.

Nota. Segue um relato para que os mais jovens tenham noção da transformação ocorrida nos últimos 50 anos. Este blogueiro fez o ginásio (5ª a 8ª série) em Itaberá. Veio para Itapeva, em 1968, cursar o colegial – no Otávio Ferrari, o único de toda a região. Para Itapeva também vinham fazer o curso médio alunos de Buri, Ribeirão Branco, Taquarivaí, Nova Campina, toda a vizinhança.

Antes, uma minoria freqüentava a escola. Agora não, o acesso está universalizado, felizmente. Ainda resta, é claro, a questão da qualidade a ser resolvida.

Saúde - idem. O SUS foi criado na Constituição de 1988. Como era antes a saúde para o povão? Era feita pela Santa Casa – propriamente chamada de “misericórdia”. A Santa Casa era cuidada e mantida por freiras e pessoas caridosas! O transporte de doentes para fora era feito pela Dona Paulina de Morais e outros! Somente os empregados com carteira assinada tinham direito às consultas (com enormes filas) do INSS (ex-INPS).

Como se vê, melhorou muito, mas há muito mais ainda a fazer.

PS: a Brasil gasta apenas 2,5 % do PIB em saúde, contra 15% a 20% em outros países que realmente se preocupam com o serviço. Nesta conjuntura, é conveniente aplicar dinheiro público em empresas onde o setor privado dá conta do recado?

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O transporte dos doentes era feito pela Paulina mas com recursos da Prefeitura Municipal (ambulância, motorista e combustivel). E IAPAS (INAMPS) dava uma ajuda de custo para o doente.

11:14 AM  

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