sexta-feira, setembro 29, 2006

POBRE É MAIS CORRUPTO?
"A aceitação da corrupção na política está mais presente entre os eleitores de baixa renda, formando uma pirâmide:
entre os que ganham até 1 salário mínimo, 79% não votariam em corruptos;
de 1 a 2 salários, o porcentual sobe para 83%;
entre 2 a 5 salários, o índice sobe novamente para 88%;
entre 5 e 10 salários, cai para 85%;
e acima de 10 salários, vai para 89%.
PARTIDOS ÉTICOS
Para os paulistas, o PT é o partido menos ético para nada menos que 40% dos eleitores (no Brasil, para 31%); o segundo partido menos ético é o PSDB, no julgamento de somente 7% dos paulistas (no Brasil, também 7%).
Comentário. Segundo especialistas, inclusive da Transparência Brasil, pesa mais na decisão a economia do que a moral. O homem é um animal econômico, que se preocupa em produzir a própria comida, em ter, em possuir. Se faltar comida (ou posse), é acionado o instinto de sobrevivência! Saia da frente!
Imagine você: o sujeito fica doente, é jogado de cá pra lá no serviço público de saúde. Recorre a um vereador, que lhe quebra o galho: antecipa consulta, condução, remédio, cesta básica, por aí.
Dor de barriga não dá uma vez só. Previdente (quem não é?), o sujeito faz um "seguro": vira voto cativo/cabo eleitoral do vereador! Isso, é claro, fortalece o vereador e seus métodos! Vereador que não proceder assim, tá fora! Essa é a realidade.
Essa "lógica" econômica do clientelismo só vai acabar quando prefeitura (governo) prestar serviço com eficiência, para todo mundo (impessoalidade), independente de QI (quem indica). Evidente que quem é bem atendido não precisa procurar "ajuda"?
Veja a doidura: é exatamente por causa dessa "lógica" que os políticos clientelistas não querem eficácia, pois sabem do risco de serem banidos da vida pública! E tome assistencialismo!
PS: a lógica do clientelismo tanto enraizou que o senso comum passou a aceitá-la como a única alternativa possível ("política é assim mesmo"). O defeito virou regra. Por exemplo, essa "lógica" é utilizada para justificar o aumento do número de vereadores. Itapeva tinha 19 vereadores, o TSE cortou para 10. O movimento quero-ser-vereador dos 9 suplentes que ficaram de fora falava da necessidade de aumentar a "representatividade". Chegaram a dividir o número de moradores pelo número de vereadores para concluir que era muito "rebanho" para poucos "pastores"!
Entendeu o conceito que eles têm sobre "representatividade"?

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Prezado Aprendiz:

A questão de a decisão do voto ser uma decisão material, mesmo se o eleitor reconhece que vota por alguém suspeito, não deveria surpreender. Comentários recriminatórios que se viram na imprensa a esse respeito refletem na verdade uma atitude moralista pequeno-burguesa, que atribui ao "povão" deveres de obedecer a uma moralidade que esses comentaristas não obedecem. Ninguém toma decisões 100% com base em julgamentos morais.

5:01 PM  

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