Por que Lula, apesar dos escândalos, lidera as pesquisas?

Não pesa o envolvimento do partido no maior escândalo já noticiado pela mídia brasileira?
Não pesa a denuncia do insuspeito Procurador-Geral da República por formação de quadrilha?
Não pesa o envolvimento de fiéis aliados em invasões, destruições de laboratórios de pesquisa e no quebra-quebra contra o Congresso Nacional liderado por dirigente petista?

Será que o eleitor brasileiro pirou? Será que a oposição não tem nenhum nome competitivo?

Nada disso! A explicação está no bolso, o órgão mais sensível do corpo humano.

Faz dias que queria escrever sobre isso, mas me faltava dados atuais. Olhava o gráfico de renda média dos trabalhadores: nenhuma novidade, pelo contrário, de março de 2002 a março de 2006 a renda caiu um pouco (caiu mais ainda para os mais estudados). O crescimento do PIB é modesto. O desemprego caiu um pouco, mas continua alto. Não é por aí.

Agora a explicação - oficial -, chegou redondinha:

“Segundo o DIEESE, os trabalhadores brasileiros tiveram, em maio, O MAIOR PODER DE COMPRA DA HISTÓRIA PARA OS ITENS QUE COMPÕEM A CESTA BÁSICA. No mês passado, os trabalhadores gastaram, em média, 48,64% do salário líquido recebido para adquirir a cesta – O MELHOR ÍNDICE DOS ÚLTIMOS 24 anos. É a primeira vez desde 1982 que o assalariado gastou menos da metade do salário líquido recebido para adquirir a cesta, considerando a média do país. Tanto em maio como em abril, o trabalhador precisou trabalhar 98 horas e 49 minutos para adquirir a cesta.” (do site pró-PT O Informante, citando a Agência Brasil de 06/06).

Mas isso não é ótimo?

Seria ótimo se o “sucesso” viesse do crescimento da economia ou do aumento da renda dos trabalhadores. Mas não veio. O melhora do poder aquisitivo veio do barateamento da cesta básica. E está sendo feito, mais uma vez, em cima da agricultura.

É evidente que os atuais preços agrícolas (que sobem e descem com o dólar) brecam a agricultura - são os pequenos agricultores que estão sentindo mais o tranco!

O governo vem surfando na onda do crescimento mundial que inflou as exportações (também ajudou a alta do dólar a partir de 1999). Daí que o governo permitiu que o dólar baixasse, em sincronia com o calendário eleitoral! Claro, vai colher, já está colhendo os frutos da política econômica-eleitoral!

Depois vamos ver como é que fica o plantio da próxima safra, os empregos no campo, o comércio nos municípios agrícolas. Mas aí a reeleição já era! Eta Brasil!

(Escrito por Sebastião Loureiro)