sexta-feira, outubro 14, 2011

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

Barbas de molho, prefeito

 As denúncias pela imprensa da venda de emendas parlamentares podem causar revertério nos planos do prefeito Cavani (PSDB), que se jacta de ainda ter milhões de reais em emendas de deputados para receber, pois está em seus planos para o ano que vem usar essa dinheirama na conclusão e início de obras, inclusive a do Pilão e Teatro Municipal. Embora as denúncias de venda de emendas a prefeitos tenham origem na Assembleia paulista, sabe-se, no entanto, que no Congresso existe a expectativa de as emendas não serem liberadas por motivos, entre outros, o aperto fiscal.

Após décadas de sigilo corporativo quanto ao seu uso ou destinação, as emendas parlamentares saíram da obscuridade sigilosa dos gabinetes de prefeitos e instituições, direto para a luz do noticiário da imprensa devido a denúncias. Para quem não sabe, emendas parlamentares fazem parte da bondade de recursos que os deputados e senadores destinam aos seus redutos eleitorais, porém, muitas vezes esses recursos se “perdem” pelo caminho burocrático e acaba se desviando para o bolso dos prefeitos, e eles espertamente os deixa em sua conta no banco, guardadinhos, quietinhos. Como só o deputado controla o gasto desse dinheiro, sem precisar prestar conta, então, o prefeito pode, de acordo, ou não, com o deputado-doador, destinar parte (ou todo) o recurso para a sua conta corrente, que ninguém vai achar falta nem reclamar. 

Esse um dos motivos porque os prefeitos não querem nem ouvir falar em Portal Transparência em suas prefeituras, pois com o Portal as emendas não mais se perderiam pelos caminhos obscuros da corrupção burocrática, porque haveria controle da sociedade. Sem querer insinuar nada, gostaria de lembrar que o prefeito Cavani e o secretário Adelço prometeram fazer um Portal, mas até hoje só existe um de mentirinha.     

As emendas parlamentares custam bilhões de reais aos cofres públicos, quer dizer, ao bolso dos contribuintes, nem sempre são eles os beneficiados por elas. No Congresso há acordo entre parlamentares para não fiscalizar a destinação das emendas e, assim, cada um pode fazer delas o uso que bem lhe aprouver, sem amolação. Mas a gastança corporativista, principalmente as emendas, começa a ser questionada por alguns parlamentares, não por serem mais honestos, ou por preocupação com o custo do benefício, mas devido emulação política em que uns são mais aquinhoados de que outros na hora da aprovação. Seja como for está havendo um refluxo na liberação de emendas, o governo federal já sinalizou isso, porque a situação econômica do país (e do mundo) recomenda contenção de gastos a fim de manter o equilíbrio fiscal.

Então pode acontecer de prefeitos (não petistas) ficarem chupando o dedo.

Tucanos “traíras”

Até que enfim os tucanos despertaram para a realidade de que há traidores demais no PSDB, muito tarde para chorar o leite derramado pela incompetência de um partido que tinha tudo para festejar vitorias, não a lamentar fracassos. Com a nova resolução 3/2011, já aprovada, a direção do partido vai tentar estancar a sangria provocada pelos traidores, por isso, decidiu-se: tucano traidor não será mais tolerado.

Mas, aqui na província, o partido ainda é tolerante com traidores, haja vista que dois dos “líderes” do PSDB local, prefeito Luiz Cavani e o atual presidente do partido, vereador Paulo Tarzan dos Santos, foram os principais traíras do partido, deram uma banana para a fidelidade partidária. O Tarzanzinho na eleição municipal de 2004 apoiou, descaradamente, o candidato Luiz Cavani, na época filiado ao PT; o prefeito Cavani depois, por conveniência, se filiou no PSDB, mas apoiou Dilma em 2010, além de trabalhar para deputados estaduais e federais de outros partidos. Isso para falar somente das duas principais lideranças “tucanas” locais. Desmintam-me, por favor.

O PSDB de Itapeva, comandado pelo sempiterno vereador Tarzan, nunca se pautou pela ética partidária, quase sempre foi fisiológico, haja vista que até já sofreu intervenção, mas como não havia ninguém confiável no partido local, o interventor foi Roberto Tamura, de Capão Bonito. Uma vergonha. No fim, tudo acabou ficando do mesmo jeito, e não foi por falta de aviso, este escriba fez denúncias ao vento. Agora, aí estão os caras-de-paus infieis, belos e formosos, a badalar o governador Alkmin, como autênticos companheiros de partido. O PSDB vai sobreviver? Vade retro, Judas.
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