quinta-feira, junho 02, 2011

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

Promotoria em ação

            O julgamento da ação civil pública 76/08, referente às denúncias das FAIs 2005/6/7/8, na qual estão enquadrados, na forma da lei, o prefeito Luiz Cavani (PSDB?), o secretário da Indústria e Comércio, Armando Ribas Gemignani (PMDB), e o empresário de rodeios Cláudio Macarrone, está marcado para o dia 5 de setembro deste ano, às 14 horas, no Fórum local. (Não faltou um secretário aí, nesse processo?)

Talvez seja a primeira amolação da justiça para o prefeito Cavani, ironicamente, às vésperas da FAI 2011, a qual, tudo indica, não será tão dispendiosa como as anteriores, provavelmente, porque não vai servir de showmício para campanha eleitoral, como em 2008, em que se contornou a lei. Mas o alcaide está tranquilo, cercado de advogados, uns bons, outros nem tanto, mas suficientemente capacitados para acalmá-lo e dormir sossegado até lá. Aqueles que não gostam do jeitão meio chimitão do prefeito, torcem a favor do Ministério Público, os que conseguem gostar dele e até acham falta de uns puxões de orelha, esses vão rezar para São Firmino preservar o chefe de qualquer desgraça. Seja como for, acredita-se que o Armandinho e o badalado Macarrone vão usufruir dos mesmos préstimos causídicos do prefeito, afinal, eles seguraram as pontas do imbróglio para o chefe brilhar, e ele brilhou. Ainda pode acontecer de o prefeito conseguir habeas corpus para ficar em silêncio durante o interrogatório, à moda dos petistas envolvidos no mensalão. Esta idéia é de graça. E não vai sobrar nada para o fornecedor daquela cerveja ruim, cara e quente nos rodeios? Nem um raspe do AAA?
    
Não é torcer contra, mas quem conhece o processo diz que, além da falta de licitação e de certificados da Receita Federal e dos demais órgãos de arrecadação, incluindo-se o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), a fim de habilitar a empresa de rodeios ao convite licitatório, ainda tem muito rolo na prestação de contas, tem recibos demais aqui, de menos ali, grana fina, grana grossa, tudo indo pra lá e pra cá como borboleta em jardim na primavera, sem ninguém saber ao certo aonde elas, enfim, foram pousar, se no bolso de secretários ou do dono da boiada. O promotor público, doutor Helio Dimas, fez o dever de casa direitinho, espera-se agora que a justiça se faça. A nós, reles contribuintes deslumbrados, só resta torcer...
                                                                                          Sociedade secreta”

O Condersul, instituição plurimunicipal “presidida” pelo prefeito Luiz Cavani, funciona como uma irmandade secreta: ninguém sabe nada sobre ela. A não ser os prefeitos, nunca ninguém ficou sabendo o dia em que o Condersul se reuniria, só se sabe que se reúne a cada dois anos, mas sem chegar ao conhecimento público o que foi decidido nas tais reuniões, os prefeitos participantes sabem menos ainda; o Condersul é como a Guarda Municipal que, até hoje, ninguém sabe direito para que serve, uns dizem que a Guarda tem atribuição de fazer isso e aquilo, outros dizem que não. Enquanto isso, os manos continuam roubando e os carros com som altíssimo continuam trafegando tranquilos pela madrugada, comerciantes estão falando até em contratar uma milícia particular, como aquelas do Rio.

A sede da “instituição” está instalada no belo casario do saudoso doutor Roberto Butzer, na Praça do Correio, o primeiro cliente deste escriba, que fez todo o serviço de serralheria da casa, em 1955. Há quem diga, à sorrelfa, que a única coisa que funciona ali é o escritório político do vereador Tarzan, que é “secretário” do Condersul, onde fatura uma graninha boa por mês, sem amolação, sem prestar serviço porque não tem, se for verdade, temos que aplaudir o danadinho, ele sabe mexer os seus pauzinhos sem dar ouvidos aos invejosos, que têm de alugar escritório no centro para atender os eleitores.

Se o Condersul não tem serventia pra nada, pelo menos reúne os prefeitos da região a cada dois anos a fim de tomar cafezinho e jogar conversa fora, porque pedir projetos para os seus municípios seria pedir demais. Ah, também ajuda a inflar o ego do prefeito Cavani, que adora bajulação. E o Ramal da Fome dorme em berço esplêndido.  

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