sexta-feira, abril 29, 2011

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

     Vandalismo sonoro

Além dos carros dia e noite pelas ruas com som altíssimo, cujos motoristas não respeitam ninguém, nem hospital, escola, igreja, nem nada, agora se soma a esse desrespeito com a saúde e o bem-estar das pessoas, as casas comerciais, principalmente, as do calçadão, que colocam caixas acústicas nas portas das lojas e soltam o som.

Tudo começou com a famigerada Rádio Calçadão, com alto-falantes a despejar droga musical por toda a Praça Anchieta, o dia todo, uma loucura que só acabou depois que este escriba botou a boca no trombone e a Câmara interveio pela iniciativa do então vereador Ulysses Tassinari, onde se aprovou a hoje conhecida Lei do Silêncio.

Após a aprovação da referida lei aos poucos o barulho eletrônico acabou nas lojas, bares e ruas, graças à intervenção durante o dia dos fiscais da Prefeitura e, à noite, com o reforço da Polícia Militar. Foi um sossego que durou tempo. Entretanto, com o relaxamento da fiscalização, os abusos voltaram com força total; o som alto dos carros e o das lojas aumentou, infernizando todo mundo. E sabe-se, hoje, que o som alto prejudica a saúde, não só a auditiva, mas também a saúde neurológica se o som for persistente, como o das lojas em que os funcionários ficam expostos o dia inteiro ao agente patológico. Duas moças e um rapaz, que trabalham em lojas diferentes, me procuraram a fim de reclamar do som em suas lojas e quando lhes sugeri para procurar o sindicato da categoria, eles disseram que isso podia provocar represálias dos patrões, inclusive, a perda dos empregos. E pediram para lhes ajudar.

Não está na hora de o Sindicato dos Comerciários exigir dos comerciantes mais respeito à saúde dos funcionários? Ou, melhor ainda, exigir deles o pagamento da taxa de insalubridade, pois é disso que se trata: insalubridade das mais nefastas, porque a vítima do som alto não percebe que sua saúde está sendo minada. Quando sentir os sintomas, vai ter de gastar uma grana para se tratar. E, daí? O dono da loja vai pagar o tratamento? Isso vale, também, para os rapazes doidivanas, que, sadicamente, se divertem perturbando o sossego público com som alto dos carros pelas ruas, de dia e de noite, eles também vão ter problema de audição até mais sério que os comerciários.

Por que os responsáveis pelo cumprimento da Lei do Silêncio, os fiscais da Prefeitura, não fazem cumprir a lei nas lojas? Não dá para se acreditar nas acusações que nos chegam de que funcionários municipais estão levando propina para fechar os olhos para os abusos, é uma acusação grave que precisa ser apurada, pois sem provas não adianta acusar nem denunciar. A quem compete, afinal, essa fiscalização?

Enquanto isso, o Sindicato dos Comerciários podia fazer o seu dever de casa, ouvindo os seus associados. E também o Sindicato do Comércio bem que podia interceder junto aos lojistas a fim de viabilizar uma solução, que, afinal, diz respeito à saúde e à boa convivência entre patrões, empregados e, também, à clientela, que não reclama porque tornou-se hábito entre as pessoas não reclamar, para não amolar.

Pessoalmente, não entro em loja com som na porta e conheço muita gente que também não entra, porque quem quer ouvir música, ouve em casa a sua música.

Na próxima matéria vou relacionar as lojas que transgridem a lei com som.

Por falar em transgredir... 

Vieram me perguntar se sabia da prestação de contas das FAIs 2009/10, por parte da Prefeitura. Claro que não sei, que me lembre não saiu na imprensa, talvez esteja no balancete que vai para a Câmara, onde o dito cujo morre à míngua porque nenhum vereador se interessa por balancetes. Acredito que no legislativo não tem ninguém capacitado para entender um balancete, e se tem fica amoitado, bem quietinho. O prefeito Cavani e o Secretário de Finanças agradecem penhorados. Já lhes bastam as amolações do Ministério Público devido a contas anteriores mal-acertadas. Será que está tudo certo com a receita federal e municipal? Algum vereador podia bem ver isso.
Google
online
Google