sexta-feira, outubro 15, 2010

FHC desafia Lula para uma conversa 'cara a cara' após fim de mandato


Folha.com
CATIA SEABRA

Principal alvo de críticas do PT no programa eleitoral, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desafiou nesta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma conversa "cara a cara", quando o petista "puser o pijama".

Dizendo-se vítima de mentiras, FHC disse que Lula foi mesquinho ao não reconhecer o legado do PSDB e assumir a paternidade da estabilidade da moeda.

--Estou calado há muitos anos ouvindo. Agora, quando o presidente Lula vier, como todo candidato democrata eleito, de novo, perder a pompa toda, perder o monopólio da verdade, está desafiado a conversar comigo em qualquer lugar do Brasil. No PT que seja, discursou FHC.

Segundo FHC, não é para enumerar as ações de cada governo.

--É para ter firmeza, olhando cara a cara do outro, ver dizer as coisas que diz fora do outro. Quero ver o presidente Lula que votou contra o real, que fez o PT votar contra o real, dizer que estabilizou o Brasil. Não precisa disso. Lula fez coisas boas, que reconheço. Agiu bem na crise atual, financeira. Para que, meu Deus, ser tão mesquinho? É isso que eu quero perguntar para ele. Por que isso, rapaz? Você pegou uma boa herança. Usou. Aumentou. E o Serra vai usar as duas. Vai usar as duas. Vai fazer mais.

--Não vamos ficar de mesquinharia, não. O que for bom vai continuar. Começamos as bolsas. Por que o Serra não vai aumentá-las? Aqueles que necessitarem. Não bolsa política, não.

Ao defender o concurso público, ele disse que o presidente do PT, José Eduardo Dutra, entrou na Petrobras sem concurso público, durante o governo militar.

--Eles querem os apaniguados. Nós queremos a meritocracia. Cada um vai ter que se esforçar e será recompensado pelo o que fez. Não queremos um Brasil de preguiçosos, não queremos um Brasil de amigos do rei, não queremos um Brasil de companheiras tipo Erenice.

Em discurso a integrantes do PSDB, FHC chamou a petista Dilma Rousseff de duas caras e negou que tenha pregado a privatização da Petrobras, como a candidata acusou no debate da Band:

--Agora, vêm falar que eu queria privatizar a Petrobras. Quem é esse [Sérgio] Gabrielli para falar isso comigo, meu Deus? Fui presidente da República. Ele tem que me respeitar, afirmou FHC, dizendo que foi processado por ter defendido a Petrobras. "Perdi uma cátedra."

Ele atacou o aparelhamento político da Petrobras.

--A Petrobras perdeu já 20% de valor de mercado sob a batuta dessa gente porque o mercado percebeu agora, custou mas percebeu, que tem ingerência política.

Ao falar das acusações do PT, FHC disse que os adversários "estão muito nervosos" por causa do segundo turno.

--Caíram da cadeira. Nunca imaginaram que iriam ao segundo turno. O Lula sempre foi para o segundo turno. Por que a Dilma não iria? Só que agora ela vai às cordas com o nosso voto.

No evento organizado pelo PSDB de São Paulo --mas sem a presença de José Serra-- FHC acusou o PT de uso político da máquina pública e mais uma vez, disse que não passou a mão na cabeça de aliados, de "aloprados".

Tomando o cuidado de afirmar que o pijama seria transitório, FHC sugeriu uma conversa entre os dois, a exemplo das visitas que fazia a Lula em São Bernardo do Campo.

--Presidente Lula, terminadas as eleições, quando você puser o pijama, não sei o que vai por, o que vai fazer, será bem recebido. Venha ao meu instituto. Vamos conversar cara a cara, disse.

Ao falar das acusações contra Serra, alfinetou:

--Não venham com história. O nosso candidato é homem de palavra, de coragem. Chega a ser turrão. Não fica mudando de opinião só para ter voto, não.

1 Comments:

Anonymous PC said...

"O nosso candidato é homem de palavra",é de tanta palavra que largou a prefeitura de São Paulo no meio mandato após ter assinado em cartório um compromisso de que não abandonaria a prefeitura.Se Lula é chegado na "água que passarinho não bebe" FHC deve estar exagerando no bom conhaque francês que aprecia para falar bobagens deste tipo.

8:42 AM  

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