O terceiro mandato de Lula, segundo Mantega
Original a concepção de democracia do ministro Guido Mantega, da Fazenda.
Cabem eleições periódicas dentro dela - e não poderia ser diferente. Mas não cabe mudar em nada o que Lula tenha feito. Nada.
O que ele disse em entrevista à BBC Brasil:
- O destino do Brasil já está traçado, mesmo que haja mudança na administração, que não seja um candidato petista que ganhe a eleição, mas de outro partido. As principais diretrizes são conquistas do povo brasileiro.
Mantega adverte em tempo:
- Se mudar, vai apanhar. Se alguém assumir e começar a mudar isso, não vai se aguentar no governo.
Imagina-se que o próximo presidente será eleito pela maioria dos brasileiros - como Lula foi. E que terá um mandato legitimado, portanto, para fazer o que prometeu e discutiu durante a campanha eleitoral.
Nem por isso, a se levar em conta a cartilha Mantega, ele poderá discrepar do atual governo:
- Mesmo com as eleições, o curso das políticas já está dado. Acho temerário que algum novo governante venha a mudar uma série de diretrizes que estão dando certo. Eu duvido que desative o Bolsa Família, os programas sociais. A população não vai deixar. Duvido que diminua investimentos públicos, que bancos públicos diminuam sua atuação, que a Petrobras deixe de ser a principal agente do pré-sal.
É razoável deduzir que o ministro considera perfeita a obra política e administrativa de Lula. Que não consiga enxergar sequer pequenos defeitos a serem corrigidos.
Para Mantega, alternância no poder é tolerável. Afinal é o que manda a lei. Mas alternância para conservar tudo como está.
Na verdade, o que Mantega quer é o terceiro mandato consecutivo para Lula - infelizmente sem Lula. E ai do futuro presidente que ouse fazer algo diferente. Correrá o risco de ser derrubado pelo povo insatisfeito.
É presunção demais, arrogância em excesso - mas nada que surpreenda.
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