quarta-feira, junho 25, 2008

Uma vida acadêmica marcante

Carlos Marchi, O Estado de S. Paulo

A antropóloga Ruth Cardoso tinha luz própria. No meio acadêmico brasileiro, ela foi uma das primeiras a perceber a emergência dos movimentos sociais ligados a diversidades - como os feministas, os étnico-raciais e os de orientação sexual. Até a década de 70, a academia considerava que esses movimentos não tinham status para merecer a atenção da universidade, mas Ruth já os chamava de "novos movimentos sociais", conta a antropóloga Jacira Melo, aluna dela na Universidade de São Paulo (USP) nos anos 70.

Ela marcaria sua carreira acadêmica pela inovação. Quando o tema ainda era muito árido e distante, estudou a imigração japonesa para São Paulo, lembra o ex-ministro da Cultura Francisco Weffort, e a transformou em tese universitária. Depois do golpe de 1964, enfrentou o exílio ao lado do marido: no Chile, enquanto Fernando Henrique trabalhava na Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), ela foi professora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), que recebia alunos de muitos países. Depois os dois foram para a França e, de volta ao Brasil, fundaram o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que marcaria a pesquisa social no Brasil.
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