Fiscalização dos sindicatos seria retrocesso à ditadura, diz Marinho
Simone Iglesias - Folha de S. Paulo
O ministro Luiz Marinho (Previdência) afirmou ontem que ao vetar a obrigatoriedade de fiscalização dos gastos das centrais sindicais pelo TCU (Tribunal de Contas da União), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu a Constituição.
O ministro Luiz Marinho (Previdência) afirmou ontem que ao vetar a obrigatoriedade de fiscalização dos gastos das centrais sindicais pelo TCU (Tribunal de Contas da União), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu a Constituição.
De outra forma, disse, o país retrocederia à época da ditadura, quando a atuação dos sindicatos era acompanhada pelo governo.
"Não estamos criando nada novo. A Constituição diz que não pode haver influência do Estado na atuação dos sindicatos. Isso [fiscalização] acabou com a ditadura", disse. LEIA MAIS
Papo furado do ministro-sindicalista. Confunde autonomia com prestação de contas.
Na democracia, os poderes são independentes exatamente para terem força suficiente para tomar as contas de outros poderes/órgãos.
Ao contrário do que pensa o ministro-sindicalista, é em ditaduras que não existem controles: o ditador manda, desmanda, faz o que quer e não presta conta a ninguém.
O Poder Executivo é independente, não é? Mas é obrigado a prestar contas ao Poder Legislativo (que pode cassar o mandato do governante faltoso, na forma da lei, por isso precisa ter autonomia, notadamente financeira).
O Poder Legislativo é independente, mas uma lei votada pelo Legislativo pode ser vetada pelo Executivo, na forma da lei.
As universidades são autônomas, mas prestam contas ao Tribunal de Contas (um órgão do Legislativo).
"Só o poder freia o poder", já ensinava Montesquieu, daí a necessidade de cada poder manter-se autônomo e constituído por pessoas e grupos diferentes. LEIA MAIS NA WIKIPÉDIA
Será que o ministro pensa que ter autonomia é gastar o dinheiro público como der na telha, sem dar satisfação para ninguém, nem para os pagadores da conta ou de seus representantes?
Será que o ministro pensa que ter autonomia é gastar o dinheiro público como der na telha, sem dar satisfação para ninguém, nem para os pagadores da conta ou de seus representantes?
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