sexta-feira, dezembro 07, 2007

SP tem queda recorde de mortes violentas
Folha de São Paulo
Estado, que em 2001 liderava ranking de mortes violentas entre jovens do sexo masculino no país, ocupou a 13ª posição em 2006

Redução desse tipo de mortalidade em SP no período foi de 48%, bem acima da média nacional
Rio lidera esse ranking

DA SUCURSAL DO RIO

De 2001 a 2006, São Paulo foi o Estado que mais conseguiu reduzir o número de mortes violentas entre jovens do sexo masculino, os mais afetados por esse tipo de mortalidade.

Em 2001, o Estado liderava o ranking desse tipo de morte entre os homens jovens com uma taxa de 240 óbitos por grupo de 100 mil habitantes de 15 anos a 24 anos. Em 2006, após uma queda de 48%, essa taxa chegou a 125 mortes por 100 mil, o que fez com que São Paulo caísse da primeira para a 13ª posição nesse ranking.
O patamar a que São Paulo chegou em 2006 o coloca praticamente na média do Brasil, onde a taxa de óbitos violentos no ano passado entre homens jovens ficou em 124 por 100 mil. De 2001 a 2006, a taxa brasileira registrou queda de 13%.
Os Estados que registraram maior aumento na taxa de mortes violentas -soma de homicídios, acidentes de trânsito, suicídios e outras causas não-naturais- foram Alagoas (com aumento de 64%) e Rio Grande do Norte (crescimento de 61%).
O Estado que lidera o ranking negativo é o Rio de Janeiro, seguido do Espírito Santo e de Pernambuco. São os únicos Estados em que a taxa supera o patamar de 200 mortes violentas por 100 mil jovens homens -216 por 100 mil no Rio e 204 por 100 mil no Espírito Santo e em Pernambuco.
O coordenador de população e indicadores sociais do IBGE, Luiz Antônio de Oliveira, afirma que a liderança do Rio nesse ranking é reflexo não só da violência, mas também do fato de que o Estado tem quase 75% de sua população vivendo na região metropolitana.
"A violência no Brasil está muito associada à urbanização. Um Estado como o Rio, em que a região metropolitana responde por 75% da população, tende a ter taxas maiores. Em Pernambuco, por exemplo, onde sabemos que Recife também tem níveis altos de violência, a região metropolitana responde somente por um terço da população. Na Bahia, a região metropolitana de Salvador tem somente 25% da população. Isso acaba elevando a taxa do Rio para cima", diz o pesquisador.
Outra ponderação que os técnicos do IBGE fazem é que, especialmente no Norte e no Nordeste, há uma subnotificação significativa de óbitos. No Nordeste, por exemplo, o IBGE estima que quase um terço (31,2%) de todas as mortes -e não somente as violentas- não seja registrado.
Ainda que a subnotificação de mortes violentas não seja tão alta quanto a registrada nos demais tipos de óbito, é de se esperar que as taxas de Estados do Norte e do Nordeste sejam maiores do que as verificadas em cartório.
No caso de Estados do Sul e do Sudeste, porém, a subnotificação afeta pouco a estatística de óbitos violentos, já que apenas 3% das mortes no Sudeste e 1,5% no Sul não são registradas.
A queda recente na taxa de óbitos violentos de homens jovens, no entanto, foi insuficiente para retirar desse tipo de mortalidade a liderança no ranking de causas de morte, pois a proporção continuou alta. Em 1990, 61% das mortes de homens de 15 anos a 24 anos eram por causas externas. Em 2006, essa proporção subiu para 68%. Entre as mulheres, a variação no período foi de 29% para 34%, sendo que o maior crescimento foi verificado na região Sudeste. Em 1990, o percentual de mortes violentas de mulheres jovens era de 31% e, em 2006, chegou a 39%.

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