segunda-feira, setembro 17, 2007

SORTUDO SE EMPOLGA

Foi mérito do governo Lula ter mantido e até aperfeiçoado aspectos dessa política, antes acusada de ser neoliberal. A partir dessa base, Lula contou com duas enormes doses de sorte.

A primeira foi um efeito positivo da globalização. Do final de 2002 para cá, a economia global engatou um período de crescimento que é simplesmente o mais espetacular de todos os tempos. Foi isso que permitiu a decolagem das exportações mundiais e, na onda, das brasileiras. As vendas trouxeram os dólares que o Banco Central comprou para formar as reservas de US$ 165 bilhões, valor seguro contra as crises externas.

A segunda grande sorte foi o regime de chuvas. Isso manteve cheios os reservatórios das usinas hidrelétricas e garantiu a energia necessária a um crescimento mais vigoroso.

De certo modo também nasce desse ambiente benigno o lado ruim do momento atual. Animado com o sucesso e com os cofres cheios de impostos, o governo desandou a gastar. E basicamente no quê? Em pessoal, na Previdência (com os seguidos aumentos reais do salário mínimo), no custeio de uma máquina cada vez mais inchada e nos programas de assistência social, incluído o Bolsa-Família. Todos esses gastos têm aumentado acima da inflação e acima do crescimento real da economia. Ou seja, a cada ano aumenta o peso do setor público, peso sustentado pelos impostos pagos pelas pessoas e empresas.
Carlos A. Sardenberg
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