quinta-feira, setembro 06, 2007

Para presidente da Finlândia, transparência evita corrupção

Folha de S. Paulo

É o país com menor índice de corrupção do mundo, ao lado da Islândia e da Nova Zelândia.
Os segredos, segundo contou em entrevista à Folha e ao "Valor" a presidente Tarja Halonen, 63, são a transparência e um bom salário para os funcionários públicos. Membro do Partido Social-Democrata, Halonen foi eleita em 2000, para mandato de seis anos, e reeleita no ano passado.
Além de não ter corrupção perceptível, a Finlândia se orgulha de preservar o ambiente (dois terços do território são florestas e há 190 mil lagos) e do ensino gratuito a todos, do básico à universidade.
Em relação à política brasileira, ela comentou, bem-humorada, seu espanto diante do troca-troca partidário. "Compreendemos que uma pessoa possa se casar duas, três vezes, mas mudar de partido é incompreensível."

PERGUNTA - A corrupção existe nos países pobres e ricos, mas, nos primeiros, tornou-se uma praga que afeta o desenvolvimento econômico e social. Como a Finlândia controla a corrupção?
TARJA HALONEN - Obviamente sempre é bom ter mecanismos de controle, mas o mais importante é a administração ser aberta. Se a preparação e a elaboração das decisões políticas, dos convênios e dos tratados são públicas desde o início, é impossível que a corrupção tenha lugar na tomada de decisão. A administração aberta está relacionada não só ao setor público, mas ao setor privado também.
Outra coisa importante é que os salários sejam suficientes. Não estou falando do Brasil, mas, em muitos países, os funcionários ganham tão pouco que são obrigados a buscar dinheiro em outra parte. Se a pessoa não consegue se sustentar com o salário que recebe, a tentação da corrupção é muito grande. Mas tem gente que nunca está contente.
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"Compreendemos que uma pessoa possa se casar duas, três vezes, mas mudar de partido é incompreensível."
De fato é mesmo incompreensível em países de baixa corrupção, em países que se preocupam em aplicar os métodos democráticos de prevenção à corrupção.
Por quê? Porque o troca-troca partidário reflete e realimenta a política do "leve vantagem você também".
Quais vantagens? Verbas públicas, empregos públicos, amaciamento da oposição, ou seja, da fiscalização...
Lembre-se do tripé da boa administração: planejamento, execução e controle/fiscalização.

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