GOVERNO AQUÉM DA COMUNIDADE

Impressionante, o programa Transparência da Rádio Cristal local. Assunto em debate: leite, produção, comercialização etc. Alguns do participantes: Waldemar Rui de Oliveira (Vadinho, B° de Cima), José Carlos dos Santos (Taipinha), o ex-vereador Rubinho - produtores. Dagoberto Mariano, presidente do Sindicato Rural de Itapeva. Cassiano Tófolli, secretário municipal da agricultura.

a) A lei proíbe (Normativa 51) a comercialização de leite in natura. No entanto, segundo o próprio secretário, cerca de 4 mil litros são vendidos de porta em porta na cidade. De quando em quando, a prefeitura (Vigilância Sanitária) ameaça cumprir a lei, ou seja, proibir a venda de leite não pasteurizado.

b) Alguns produtores, cientes de que a lei mais dias menos dias seria cumprida, saíram na frente. Organizaram-se em associações, com apoio do sindicato e da própria prefeitura. Adquiriram tanques resfriadores para uso comum, que permitem a coleta por parte do laticínio em dias alternados.

c) O volume e a qualidade do leite resfriado, a economia em transporte, etc, resultam em maior poder de negociação dos produtores, que conseguem preço melhor para o produto.

d) Os associados também ganham na compra conjunta de insumos, vacinas, remédios, etc.

e) Na verdade, as associações locais estão engatinhando. Ficarão fortes, ou mais fortes, ou menos fracas, conforme mais produtores se associem.

O que está ocorrendo, segundo as associações?

As associações estão no meio do caminho. Dependem da fiscalização da prefeitura. Se a prefeitura cumprir a lei e proibir a venda do leite in natura, os produtores vão para as associações, que obviamente se fortalecerão. Se a prefeitura não cumprir a lei, as associações correm o risco de morrer na praia. Porque produtores continuarão a vender para atravessadores que entregam o produto de porta em porta, ILEGALMENTE.

Justamente por isso, os produtores presentes no programa radiofônico foram firmes em exigir do secretário municipal Cassiano e da prefeitura que cumpram a lei!!!

Vejam bem a saia justa do secretário. Produtores, que seriam beneficiados pela venda clandestina, exigem da prefeitura, que tem a responsabilidade de zelar pela saúde pública, que cumpra a lei. Não é o fim da picada?