CANDIDATOS LARANJAS A VEREADOR
Ita News de terça (11):
"Alguns vereadores estão preocupados...rezando para que as vagas da Câmara passem de 10 para 17. É que os chamados laranjas estão ficando cada dia mais caros. Quem ficar sozinho no partido pode arrumar as malas e começar a procurar emprego."
Veja o absurdo de nosso sistema eleitoral proporcional.
1-Itapeva tem 10 vereadores.
2-Para que um partido eleja um vereador, é necessário obter 10 % dos votos válidos. Algo em torno de 4 mil votos, no caso de Itapeva. (Se fossem 17 vereadores, 100 dividido por 17, 5,9 % dos votos.)
3-Quem consegue, sozinho, os 4 mil votos? Difícil, muito difícil, né?
5-O que fazem, então, os vereadores? Cada um vai para um partido, cada um fica dono de um partido. Lá, eles recrutam outros candidatos ( os laranjas).
Ita News de terça (11):
"Alguns vereadores estão preocupados...rezando para que as vagas da Câmara passem de 10 para 17. É que os chamados laranjas estão ficando cada dia mais caros. Quem ficar sozinho no partido pode arrumar as malas e começar a procurar emprego."
Veja o absurdo de nosso sistema eleitoral proporcional.
1-Itapeva tem 10 vereadores.
2-Para que um partido eleja um vereador, é necessário obter 10 % dos votos válidos. Algo em torno de 4 mil votos, no caso de Itapeva. (Se fossem 17 vereadores, 100 dividido por 17, 5,9 % dos votos.)
3-Quem consegue, sozinho, os 4 mil votos? Difícil, muito difícil, né?
5-O que fazem, então, os vereadores? Cada um vai para um partido, cada um fica dono de um partido. Lá, eles recrutam outros candidatos ( os laranjas).
Qual é o critério? O critério da mediocridade:
a) Laranjas não muito ruins de votos - tal que, juntos, dono e laranjas obtenham os 4 mil votos necessários para eleger o dono do partido.
b) Laranjas não tão bons de votos - a ponto de ficaram em primeiro lugar na lista de votação e deixarem o dono do partido chupando o dedo.
6-Critério que exige perícia em engenharia política, digo, em politicagem. As consequências disso são trágicas. Algumas:
a) Enfraquecimento/fragmentação dos partidos: um partido para cada vereador, para cada cacique.
b) Dificuldade de renovação (novas lideranças que ofereçam ameaça à reeleição dos donos não são aceitas, não passam no critério de recrutamento).
c) Manutenção cara do exército de laranjas. Quem são? Normalmente são lideranças localizadas, especialmente na periferia. São pessoas ou caridosas, ou religiosas, ou simpáticas, ou sorridentes, sempre quebradeiras de galhos. Aí ganham a simpatia - e o VOTO - de vizinhos, parentes (dor de barriga não dá uma vez só). Por isso, os laranjas são bem - muito bem - recebidas nos palácios: eles conseguem empregos (especialmente para si e para seus familiares), passagens, remédios, condução, marcam consulta para a vizinhança. Enfim, fazem a ponte entre palácios e periferia. Seu sonho de consumo? Claro, eleger-se vereador: mais de quatro paus por mês!
Dizem, os defensores do sistema proporcional, que ele fortalece os partidos, especialmente os menores. Uma ova!
Pensando bem, não seria mais interessante, já que não existe mesmo fidelidade partidária nem respeito a programas partidários, simplesmente eleger os candidatos mais votados?
6-Critério que exige perícia em engenharia política, digo, em politicagem. As consequências disso são trágicas. Algumas:
a) Enfraquecimento/fragmentação dos partidos: um partido para cada vereador, para cada cacique.
b) Dificuldade de renovação (novas lideranças que ofereçam ameaça à reeleição dos donos não são aceitas, não passam no critério de recrutamento).
c) Manutenção cara do exército de laranjas. Quem são? Normalmente são lideranças localizadas, especialmente na periferia. São pessoas ou caridosas, ou religiosas, ou simpáticas, ou sorridentes, sempre quebradeiras de galhos. Aí ganham a simpatia - e o VOTO - de vizinhos, parentes (dor de barriga não dá uma vez só). Por isso, os laranjas são bem - muito bem - recebidas nos palácios: eles conseguem empregos (especialmente para si e para seus familiares), passagens, remédios, condução, marcam consulta para a vizinhança. Enfim, fazem a ponte entre palácios e periferia. Seu sonho de consumo? Claro, eleger-se vereador: mais de quatro paus por mês!
Dizem, os defensores do sistema proporcional, que ele fortalece os partidos, especialmente os menores. Uma ova!
Pensando bem, não seria mais interessante, já que não existe mesmo fidelidade partidária nem respeito a programas partidários, simplesmente eleger os candidatos mais votados?
Sei não, mas garanto que a renovação seria maior. E sem o custo - direto e indireto - que os laranjas causam à administração pública. Porque, pelo menos por estas bandas, laranjas são tratados a toma-lá-dá-cá.
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