DEPUTADO "VERBEIRO"
O deputado federal Milton Monti (PR) apresentou uma emenda no valor de R$ 120.000,00 destinados à ampliação do Posto de Súde da Vila Aparecida, baseado em pedido formulado pelo prefeito Luiz Cavani (PT). O deputado Milton Monti, ligado ao secretário municipal de Defesa Social, Luciano de Oliveira, disse que "essa é apenas uma das várias emendas que destinarei para Itapeva e região, pois o meu compromisso vai além. Tenho um grande carinho com a população e com o atual governo municipal, que está sempre preocupado em buscar em Brasília as melhorias para a região." (Folha do Sul de 04/08/07)

Milton Monti foi o deputado federal mais votado em Itapeva na última eleição, com quase 13 % dos votos válidos (aqui). Ele diz que tem grande carinho com o atual prefeito. Não duvido. Tinha também com prefeitos anteriores, de outros partidos. Luciano de Oliveira, atual secretário municipal da Defesa Social, é um eficiente cabo eleitoral de Monti, garantindo-lhe crescente votação. E faz tempo. Luciano já fazia parte do governo anterior.

No entanto, o deputado federal mais votado raramente vem a Itapeva. Monti é de São Manuel, região de Botucatu e Bauru.

É o tipo de relação política que só existe por consequência das tais emendas parlamentares, aquelas que foram feitas para botar todo mundo no cabresto. Deputado tem que dizer amém ao governo para ter verbas liberadas para sua base eleitoral. Prefeito - "preocupado em buscar em Brasília as melhorias" - tem que virar cabo eleitoral de deputado - ou nomear os próprios cabos para o secretariado.

Ora, se o município tem direito a um parte do bolo dos impostos, e tem, por que não repassar o dinheiro automaticamente para o município decidir como aplicá-lo? Não seria muito mais prático e justo respeitar a autonomia municipal?

Claro que seria, quem não percebe? Mas os deputados "verbeiros" vão querer acabar com a mamata de transformar um direito do município em favor - e ainda sair bonito na foto? O governo vai querer acabar com a cenoura de amansar deputado?

PS - Os prefeitos, para agradarem gregos e troianos, ora vão pro PT (verbas federais), ora pro PSDB (verbas estaduais). Quase sempre terminam nos partidos gillette, desses que andam com todo governo, qualquer governo...