A cultura do coitado

Editorial da Folha do Sul

A doutrina do assistencialismo está sempre dominando a cena na cultura política brasileira. Se alguém não dá certo - coitadinho - o governo tem logo que ajudá-lo. A lembrança foi feita pelo www. republicasim.blogspot.com nesta semana.

Se pelo País afora a máxima é verdadeira, imagine então aqui pelo fundão do sudoeste paulista, onde estão os 25 municípios com menor IDH do Estado?

É louvável que os vereadores itapevense cobrem da Sabesp a ampliação do número de ligações co tarifa social. Tudo o que é de direito em benefício das famílias de baixa renda deve ser realmente cobrado. Isso não se discute.

Ocorre que alguns vereadores dedicam-se quase exclusivamente a criar bondades para os mais necessitados, ainda que isso custe o equilíbrio das finanças públicas.

É um tal de bolsa aqui, isenção ali... que não tem limites.

O vereador Tarzã, por exemplo, não apenas levantou a bandeira da ampliação da tarifa social, como também está tentando convencer seus pares e o próprio prefeito a criar um fundo a fim de subsidiar a tarifa de água para os mais carentes.

Por esse caminho já pode se antever que algum outro vai sugerir o vale-gás municipal. O vale-remédio já está criado. O vale-transporte idem, pelo menos para os idosos com mais de 60. E assim vai...

A fórmula é a de sempre: tirar de quem tem mais para dar a quem tem menos. Ou seja, aumento de impostos. LEIA MAIS

Pois é .... o pior é que uns 80 % dos vereadores são eleitos e reeleitos graças à "cultura do coitado". É interessante, para esses políticos, que os "coitados" aprendam a pescar?