A mãe das desgraças: falta de crescimento. E as desculpas esfarrapadas: pobreza maquilada.
"Se a economia cresce pouco, faltam novos empregos e os existentes não se valorizam adequadamente. Carência de oportunidades é mãe de todas as desgraças e pior ficaria se ao Estado faltassem os meios para prover o que a economia não fornece na justa conta: renda e trabalho.
Desde o governo FHC e com maior ênfase na gestão Lula é o que mais se tem feito: distribuir renda, razão pela qual a miséria está encolhendo, um feito inédito. Mas isso é pouco. É morfina que alivia a dor, sem eliminar a causa que a provoca — um país parando no tempo, regredindo ao status de exportador de commodities.
Vinte anos atrás, China e Índia não exportavam carros. Hoje, montadoras indianas e chinesas planejam exportar para cá.
Culpa do câmbio, é claro, mas, antes dele, da falta de um projeto de desenvolvimento.
Pobreza maquilada
Agora começa a surgir o que tem toda pinta de mais uma desculpa de esfarrapado, tipo: “Olha, a gente cresce pouco, outros estão tomando nossos mercados, mas veja o lado bom. A renda per capita só caiu desde os anos 80, mas a renda dos mais pobres aumentou e diminuiu a renda dos mais ricos”.
Que maravilha! Vamos entender: o país perde a corrida para os emergentes, a economia cresce abaixo de seu potencial, mas os pobres estão menos pobres e isso por si absolve a falta de crescimento robusto?
Eles melhoraram de vida graças aos estipêndios públicos, não à educação nem ao trabalho." ANTONIO MACHADO, NO CORREIO BRAZILIENSE
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