Esquerda sonhadora - propostas idealistas, grandes equívocos
Pela libertação do mundo do domínio das multinacionais e do capital financeiro (uma das propostas do Fórum Social Mundial)
Comentário de Paulo Roberto de Almeida: "Incompreensível, impraticável ou simplesmente quimérico, para não dizer totalmente irracional, na sua forma e na substância. O modo de produção capitalista, que se disseminou em todo o mundo nos últimos cinco séculos, aproximadamente, está justamente baseado numa forma de organização social da produção que tem nas empresas – eventualmente convertidas em grandes conglomerados – o seu principal vetor de inovação produtiva, de distribuição de produtos e de propagação de hábitos de consumo que derivam diretamente da atividade dessas instituições de mercado.
Ainda que as formas individuais de criação de conhecimento e de tecnologia possam representar uma parte significativa do engenho humano aplicado produtivamente, ainda que as empresas cooperativas – que certamente são defendidas pelos militantes do FSM – possam ser um tipo de empreendimento socialmente recomendável, nenhuma pessoa sã de espírito negaria o fato de que, hoje em dia, parte significativa das inovações e dos sistemas produtivos se dão num contexto dominado por grandes empresas, as multinacionais aparentemente vilipendiadas pelos militantes do FSM.
Não considerando o fato de que eles também pertencem, atualmente, a um grande empreendimento multinacional – que, de certa forma, também apresenta o seu lado financeiro (do contrário eles não poderiam realizar seus vistosos encontros em capitais “alternativas”) –, esses militantes parecem viver num universo paralelo, que não tem nada a ver com o mundo real.
Para esse tipo de objetivo ser cumprido, eu só teria uma única recomendação a fazer: os militantes do FSM precisariam parar, imediatamente, de usar celulares, de se comunicar por internet, de se locomover pelos meios habituais de transporte, de ir ao cinema, de ver televisão, enfim, parar de fazer a maior parte das coisas que eles fazem no seu dia-a-dia, uma vez que, inevitavelmente, eles estão “patrocinando” uma ou outra multinacional de algum setor qualquer de atividade.
Ou seja, eles deveriam se retirar do mundo globalizado – no qual eles parecem se inserir tão bem – e se refugiar como eremitas nas montanhas do Afeganistão, onde a globalização aparentemente ainda não penetrou (nem, aliás, o tal de “capital financeiro”). LEIA MAIS
Eta mundo cheia de diferenças. Viva a democracia, único regime que as permite. Deve ser por isso que a velha esquerda detesta democracia. Pudera, querem impor sua visão do mundo no grito e na marra. Pois democraticamente, jamais ... jamais ...
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