Devagar e sempre e devagar
Vinícius Torres Freire, na Folha
"FAZ 25 ANOS que o Brasil é um país travado. Assim continuará até que uma crise cataclísmica resolva impasses...
Lula, parece, vai conceder mais um aumento real de salário mínimo, que será acompanhado de um desconto de impostos para as classe média e alta. Com o aumento dos servidores...
Seria necessário cortar (ou conter o gasto) em outras áreas: investimento, educação...
Mas Lula 2 não aumentaria o investimento público? Não vai aumentar o dinheiro para a educação básica (embora já queiram empurrar o aumento do Fundeb, o dinheiro da escola dos meninos pobres, para 2008)?
O que isso tem a ver com o país travado faz um quarto de século?
O empate a respeito de gasto público, impostos e regras para o mercado trava acumulação e investimentos na economia. Os atores político-sociais relevantes levam seu naco de fundos públicos, o poder político central não administra perdas, as contas não fecham.
O gasto estoura? Faz-se inflação. Chega de inflação? Faz-se dívida pública. Chega de dívida pública? Aumentem os impostos.
É a história fiscal do Brasil do final da ditadura a Lula, passando por Sarney, Itamar e FHC.
Como a arrecadação de impostos agora cresce mais devagar, o impasse começa a ficar mais evidente. Mas ainda é empurrado com a barriga...
Um conluio de imobilismo e esperteza empresarial com maluquices pré-capitalistas impede o mercado de funcionar direito. ...derrama de liminares ...esquerdistas doidivanas ...
Nesse contexto de impasse social, as mudanças ocorrem a conta-gotas. Arrastaremo-nos eternamente sobre o nosso pântano esplêndido." ÍNTEGRA
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