terça-feira, outubro 10, 2006

CIÊNCIA POLÍTICA
Celso Roma, doutor em ciência política pela USP e especialista em estudos legislativos
Compara partidos e infelidade partidária no Brasil e Estados Unidos.
"O caso norte-americano é um bom exemplo de que a infidelidade partidária pode ser controlada sem a adoção de regulamentos impositivos, como os que vigoraram no autoritarismo brasileiro. Para tanto, é necessário reduzir o número de legendas com representação, de forma que a passagem de uma a outra fosse percebida como uma anormalidade. Em curto prazo, os partidos podem aproveitar esse momento para depurar seus quadros de filiados, promovendo a saída daqueles que descumprem seu estatuto e incentivando a entrada daqueles que se comprometam com suas diretrizes. Eleitores também podem colaborar com esse processo, estando mais atentos aos políticos que viram a casaca.
Com o ingresso em outra sigla, os parlamentares pretendem angariar mais verbas orçamentárias, ocupar postos na organização da Câmara, conseguir uma candidatura para disputar outro cargo eletivo e/ou obter o apoio do presidente da República. A mudança de partido consiste em uma estratégia usada pelos deputados para adquirirem visibilidade junto aos eleitores e, assim, conquistarem seus votos. LEIA MAIS
Comentário. Preste atenção. Os deputados mudam de partido para sobreviver, para ter mais votos. Há uma lógica econômica, de sobrevivência. E o sistema brasileiro em vez de dificultar, facilita, já que há tantos partidos iguais, já que há as tais emendas "individuais" (verbas para os municípios da base eleitoral a troco de apoio político ao governo).
Nosso sistema premia o deputado vira-casaca e castiga o coerente!
Nas democracias de verdade o representante (deputado) defende o programa e as idéias de seus eleitores, sob pena de perder a próxima eleição. As verbas constam do orçamento (republicano) e são liberadas automaticamente.
No Brasil, o deputado apóia qualquer governo em troco de verbas, sob pena de perder a eleição. As verbas (para pontes, escolas etc) não são liberadas automaticamente, depende de "negociação" do deputado com o governo. É aí que mora o perigo. Cadê a impessoalidade?

Marcadores:

Google
online
Google