terça-feira, junho 27, 2006

Esquerda, direita? Não, democracia - por Olando Tambosi

Quem sabe, sabe! Leiam (clique aqui) no blog do filósofo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Orlando Tambosi (link permanente na coluna ao lado), postagem com data de hoje (27-6) sobre o assunto. Imperdível Fala das definições dos filósofos Bobbio e Lucio Colletti. Do muro de Berlim. Do MST etc. Abaixo vai uma amostra (parte final):

"A democracia é o único sistema que tenta conciliar ou equilibrar os direitos de liberdade (liberdade de expressão, de reunião, de imprensa, de ir e vir) e os direitos sociais (direito à educação, saúde, habitação). Os primeiros foram assegurados pela tradição liberal, enquanto estes últimos tiveram – vá lá - a contribuição da tradição socialista. Alguém diria que os direitos de liberdade são de “direita”?

Mas a democracia é também o mais frágil dos sistemas. Permite que brotem em seu interior os inimigos que a destruirão, à “direita” ou à “esquerda”, solapando-a em seu próprio terreno, como acontece na Venezuela “bolivariana”. E convém lembrar que a “esquerda”, ao longo de sua trajetória, nunca viu a democracia com bons olhos, negando-lhe valor universal e considerando-a meramente formal ou burguesa (tradições marxistas), no máximo um instrumento para instalar a “democracia substantiva” ou “popular”, isto é, a “ditadura do proletariado”. Sirvam de exemplo as tristes “democracias populares” do leste europeu.

O fato é que só conviveram razoavelmente bem com a democracia as tradições liberal-democrática e social-democrática (por isso mesmo a designação), ambas reconhecendo a economia de mercado, as liberdades, a pluralidade de partidos e a alternância no poder. Menos Estado ou mais Estado – eis a possível distinção entre elas.

Fora disso, só temos a longa noite das ditaduras. De “direita” ou de “esquerda”.

Marcadores:

Google
online
Google