terça-feira, janeiro 01, 2008

Dados Técnicos da Cultura da Atemóia

Fonte


A atemóia é um híbrido interespecífico, resultante do cruzamento de duas espécies diferentes.

Uma delas é a cherimóia (Annona cherimólia Mill), planta de frutos extremamente saborosos. É uma planta de clima subtropical com temperaturas amenas, tolera geadas quando desprovidas de folhas, nas condições tropicais sua produção fica comprometida pois seus frutos não apresentam boa qualidade

A outra espécie é a fruta do conde, também conhecida como pinha (Annona squamosa L.). Planta originária da América Tropical e portanto, exige altas temperaturas para produzir adequadamente.
A partir deste cruzamento, atualmente temos cerca de vinte cultivares ou variedades de atemóia, permitindo o cultivo em diferentes tipos de clima e região. As cultivares mais conhecidas são classificadas como:
Bradley e PR-3: cultivares com características mais próximas da fruta do conde.
Gefner e Thompson: cultivares com características intermediárias entre as espécies.
African Pride: cultivar com características próximas da cherimóia.
O modo de propagação mais viável economicamente da atemóia é a enxertia. Com isso a escolha do porta-enxerto deve-se levar em conta, além dos fatores climáticos, também os aspectos fitossanitários dos locais de cultivo.

Principais Doenças da Atemóia


Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides): também conhecida como podridão-negra-dos-frutos, é considerada a principal moléstia da atemóia. Ataca preferencialmente os tecidos jovens desde as folhas, ramos, flores e frutos. Seus principais sintomas são: Manchas escuras distribuídas por toda folha, lesões alongadas e deprimidas nos ramos, manchas circulares de coloração castanha-escura nas flores e frutos. Medidas de controle: manejo adequado do pomar (poda, adubação, capinas, etc), podar e eliminar com fogo as partes atacadas, controle químico com produtos à base de oxicloreto de cobre.
Cancrose (Calonectria): ataca principalmente os ramos novos e o tronco, deixando o tecido intumescido, deformado, fendilhado e com escurecimento da casca e do lenho. Medidas de controle: podar e queimar as partes atacadas, pincelar com calda bordalesa os ferimentos, controle preventivo com fungicidas à base de oxicloreto de cobre.
Cercosporiose (Cercospora annonae): aparece no início do inverno provocando lesões e queda de folhas. Medidas de controle: fazer correção do pH com calcário dolomítico e adubação sistemática durante o período vegetativo e produtivo da planta.
Casca-preta (Diplodia sp.): também conhecida como “seca-dos-ramos”, ataca ramos e troncos, podendo causar sérios danos à planta. Medidas de controle: fazer raspagem da área atacada e pincelar com solução à base de oxicloreto de cobre.
Podridão-da-raiz ou Podridão-preta (Rhizoctonia solani, Phytophthora sp., Cilindrocladium spp.): é mais comum em viveiros produtores de mudas, onde o solo é de textura argilosa e mal drenado. Ataca principalmente as raízes e o colo das plantas novas. Medidas de controle: instalar os viveiros onde o solo é de textura areno-argilosa e bem drenado, utilizar como porta-enxerto a condessa, controle preventivo tratando o substrato com brometo de metila, controle curativo regando o colo das plantas com solução de benomil.

Principais Pragas da Atemóia

Broca do tronco (Cratosomus bombina bombina): O principal sintoma é a presença de uma secreção escura, principalmente nos pontos de inserção dos ramos, onde pode ser observado orifício de entrada das larvas. Algumas vezes observa-se também a presença de uma serragem nestes orifícios. Medidas de controle: injeção de inseticidas a base de endosulfan a 0,8% no orifício de entrada das larvas.
Broca do fruto(Cerconota anonelia): Frutos retorcidos, com manchas escuras, de contorno irregular. Presença de frutos enegrecidos e, presença de flores e botões florais danificados, secos. Medidas de controle: pulverização dos frutos, no início de seu desenvolvimento pode ser executada com inseticida a base de trichorfon (0,1%), fenithion (0,075%), monocrotophos (0,05%) ou endosulfan (0,08%), a cada 15 dias.
Cochonilhas(Saissetia coffeae, Ceroplastes sp., Pinnaspis sp.): Atacam folhas e ramos prejudicando o desenvolvimento das plantas, e os frutos, depreciando a qualidade dos mesmos. Medidas de controle: devem ser usados, preferencialmente, inseticidas sistêmicos. Catação manual pode ser uma alternativa no caso de pequenos pomares, plantas jovens e viveiros, a utilização de inseticidas em mistura com óleo mineral pode causar fitotoxidade, causando a queda de frutos jovens e folhas.
Percevejo (Leptoglossus sp.): Na casca dos frutos, ocorrem manchas circulares, de coloração castanha, de 1,5 a 5 mm de diâmetro, que diminuem o valor comercial dos frutos. Estes podem também se apresentar deformados, com enrigecimento da polpa. Medidas de controle: podem ser usados os mesmos inseticidas utilizados para o controle da broca do fruto.

Produção de Mudas

A muda á a base para uma boa performance de qualquer cultura, com isso devemos todo o cuidado na escolha das mudas ou sementes. As mudas devem ser sadias, isentas de doenças, clone de uma planta produtiva entre outras características. A produção das mudas pode ser da seguinte maneira:
Sementes: mais utilizada para a produção de porta-enxertos. A semeadura pode ser feita em canteiros coletivos, bandejas ou em tubetes.
Estaquia: propagação a partir de estacas de plantas-mãe, que submetidas a condições ideais enraízam com facilidade dando origem a um novo porta-enxerto ou cavalo.
Micropopagação: obtenção de um maior número de mudas em menor tempo, porém com custo maior.
Transplante: deve-se utilizar saquinhos plásticos perfurados e enchidos com substrato de areia, solo e serragem.
Enxertia: consiste em fazer a união de partes da planta, sendo uma parte a raiz, denominada de porta-enxerto. A outra parte são as gemas, denominado de garfo.

Covas para o Plantio

As covas devem ter pelo menos 60cm de boca por 60 cm de profundidade, e devem ser abertas separando-se a terra até 40cm de profundidade do restante. Como adubação utilizar: 1 Kg de termofosfato com micronutriente (produto comercial Yorin Master) e 18 litros de esterco de gado ou 10 litros de esterco de galinha. Fechar as covas o mais rápido possível para evitar ressecamento das paredes. Marcar o centro com uma estaca e aguardar pelo menos 60 dias para plantar.

Espaçamento

Para áreas mecanizadas: 6x5m, 6x4m; para áreas não mecanizadas ou com uso de máquinas pequenas: 5x4m, 5x3m.

Plantio

Deve-se retirar as embalagens das mudas, cortar as raízes no fundo e dos lados do torrão. Mudas de raiz nua: encurtar as raízes longas e flexíveis para evitar que elas se entortem. Colocação das mudas na cova: abrir o centro e plantar. A região do colo da muda, ponto onde inicia a raiz e o caule da planta, deve ficar pelo menos 2,0cm acima do nível do solo. Embaciar a superfície próxima a muda para evitar o escoamento da água de irrigação, colocar um tutor e fazer cobertura morta para evitar ressecamento. Finalmente irrigar com pelo menos 18 litros de água por planta mesmo que o solo esteja úmido.

Adubação

Após o plantio deve-se aplicar fertilizante nitrogenado em cobertura. Além dessa adubação tem se obtido bons resultados com a seguinte adubação (3,0 Kg/planta/ano):
Nitrocálcio: 50 Kg
Superfosfato simples: 30 Kg
Cloreto de Potássio: 15 Kg
FTE BR 9 ou BR 12: 5 Kg.

Irrigação

Há necessidade de irrigação quando as plantas estiverem no período de floração e brotação. A água á fundamental para a formação dos frutos.

Tratos Culturais

Deve-se efetuar roçadas freqüentes para evitar o número excessivo de plantas daninhas. O controle de plantas daninhas pó de ser mecânico ou através de herbicidas.
A prevenção de doenças e controle de pragas também estão incluídos como tratos culturais e são muito importantes para uma boa produção, com isso deve-se adotar técnicas de tratamento preventivo.

Poda de Formação

Após o plantio podar à 0,50m ou 0,60m de altura. Dependendo da mecanização a ser empregada e da topografia do terreno. Esta altura pode sofrer pequena variação. A melhor condução da copa é me dois ramos principais ou pernadas. A altura da planta não deve ser superior a 2,50m para facilitar os trabalhos dispensados à planta. A partir do mês de abril, deve-se evitar a poda, pois a planta inicia o período de dormência e há necessidade de favorecer a translocação de substâncias nutritivas das folhas e ramos para as raízes. Esses elementos armazenados são importantíssimos para a produção do próximo ano.

Podas Anuais

Todos os anos, no período de julho a agosto, quando as folhas começam a ficar amareladas, as plantas são podadas. Nesse trabalho todos os ramos vigorosos que desenvolveram no último ano são encurtados a 20cm ou 30cm para estimular a brotação lateral e o florescimento. Os ramos laterais menos vigorosos, também devem ser encurtados. Deve-se também eliminar os ramos ladrões, doentes ou atacados por pragas, mal posicionados e em excesso. A planta deve ter copa com ramos abundantes e sem sobreposição para proteger os frutos contra incidência direta de raios solares. Entretanto deve permitir a aeração e luminosidade adequada para não criar ambiente favorável ao ataque de doenças e pragas.

Desbaste de Frutos

Os frutos ainda jovens, com diâmetro de 1cm, devem ser desbastados ou ser raleados. Nessa operação eliminam-se frutos defeituosos e com polinização deficientes. Deixam-se apenas os globosos com tamanho dos carpelos ou mamilos bem uniformes. Num ramo podem ficar no máximo dois frutos bem distanciados para evitar que se toquem quando totalmente desenvolvidos.

Ensacamento dos Frutos

Após o desbaste os frutos devem ser ensacados com saquinhos de papel impermeável de 17,5cm x 28cm com abertura na extremidade de menor dimensão. Os saquinhos devem ser bem fechados prendendo-o no pedúnculo do fruto ou do ramo com auxílio de um arame fino e flexível ou outro material disponível.

Colheita

A colheita inicia no final de abril e vai até julho para florescimento tardio. O ponto para colheita é quando os frutos mudam de cor verde escura para verde claro ou quando os carpelos começam a distanciar um do outro, exibindo uma tonalidade mais clara entre eles. O ponto de colheita poderá ser identificado facilmente com a experiência. Não colher fruto verde, pois este ficará totalmente enegrecido e não completará o amadurecimento.

Comercialização

Após a colheita, seleciona-se os frutos retirando os mal conformados, batidos, com manchas de doenças e atacados por pragas. Em seqüência deve-se efetuar a classificação dos frutos por peso de acordo com tabela abaixo:
Frutos com: 150 – 200 gramas
Frutos com: 200 – 300 gramas
Frutos com: 300 – 450 gramas
Frutos com: 450 – 600 gramas
Frutos acima de 600 gramas.

Embalagem

As embalagens são diferentes para cada tipo de fruto:
Frutos de até 300 gramas: embalados em caixas de madeira tipo K ou caixa de papelão com tampa de 18 cm x 23 cm x 7cm de altura.
Os frutos acima de 300 gramas: embalados em caixa de papelão resistente com furos, ou preferencialmente em caixa de madeira com seguinte dimensão: 25,5 cm de largura x 42,5 cm de comprimento x 11,0 cm de altura.

Preço das Frutas

Os frutos com 450 a 600 gramas alcançam preço máximo no mercado. Por isto, as técnicas empregadas na produção visam obter o máximo de frutos desse tipo.
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UM CASAMENTO PERFEITO - O cruzamento entre a Fruta-do-Conde e a Cherimola, originou a Atemóia. O cultivo comercial da Atemóia vem crescendo, porém trata-se de um cultura exigente em irrigação, adubação, podas e pós-colheita, sem esquecer que por ser um híbrido (resultante de um cruzamento) as mudas só devem ser produzidas por métodos vegetativos (enxertia e estaquia). Comparada com a fruta-do-conde, as frutas são maiores, mais doces e com menor número de sementes, que se soltam da polpa facilmente e por estes motivos, tem mercado garantido no Brasil e exportação. As plantas se desenvolvem muito bem em algumas regiões do Brasil.
Foto 11 - Atemóia (Foto JAAS)

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ATEMÓIA (IAC)

ANONA (Annona ssp.)
Da família Annonaceae, as anonas pertencem a diversas espécies, e as de interesse maior para São Paulo são as seguintes: (a) Annona squamosa L., fruta-do-conde: introduzida no Brasil (Bahia), em 1926, pelo Conde de Miranda e conhecida por esse nome em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro; no Nordeste e Planalto Central, é chamada de pinha e no Norte, de ata.
É uma árvore de pequeno porte (4 a 5m de altura), com folhas de 6 a 7cm de comprimento, flores amarelo-esverdeadas, isoladas ou em cachos de 2 a 4. Os frutos são formados por numerosas protuberâncias, correspondentes às sementes. A polpa é branca ou creme, macia, doce e nutritiva; (b) Annona reticulata L. (condessa ou coração de boi): árvore mais vigorosa (6 a 7m de altura) e folhas mais largas que aquelas da fruta-do-conde, sendo desprovidas de pêlo, ao contrário dessa espécie. Os frutos são grandes, de casca lisa, polpa creme, pouco adocicada e de textura grosseira. Essas espécies originam-se da América Tropical. (c) Híbrido de anonas (A. cherimolia Mill. x A. squamosa L.) denominado atemóia, que apresenta características das duas espécies, com requisitos climáticos semelhantes à fruta-do-conde. Os frutos variam de 150 a 750g, têm a casca levemente rugosa e apresentam polpa mais saborosa e maior proporção polpa/semente que aqueles da fruta-do-conde. Todas perdem as folhas no inverno.
Cultivares: somente o híbrido atemóia tem cultivares definidos: Gefner (melhor por ser mais produtivo, responder bem às podas de verão; é de maturação mediana); African Pride (frutos mais tardios) e Bradley (frutos mais precoces, assimétricos e suscetíveis à rachadura).
Clima e solo: adaptam-se bem aos diversos climas, principalmente atemóia; entretanto, não toleram geada nem temperaturas muito baixas, notadamente, as plantas jovens e as adultas em fase de florescimento e maturação dos frutos. Preferem inverno seco e precipitação bem distribuída no período vegetativo. As temperaturas médias mais convenientes variam de 10 a 20ºC (mínimas) a 22 a 28ºC (máximas). O solo deve ser profundo, bem drenado e, preferivelmente, de textura leve, suprido de matéria orgânica.
Práticas de conservação do solo: plantio em nível; terraceamento.
Propagação: normalmente, é feita por sementes; entretanto, devem ser propagadas por enxertia, devido à grande variabilidade de plantas que aquele método proporciona, principalmente no caso do híbrido atemóia. A enxertia pode ser feita por borbulhia no verão ou garfagem no inverno. Os porta-enxertos mais indicados são: araticum-de-folha-miúda (Rollinia emarginata), fruta-do-conde e condessa (exceto para a própria espécie). Para a formação desses porta-enxertos, os germinadores devem estar levemente sombreados, conter bastante matéria orgânica e ser submetidos ao controle contra podridão. Transplantar a muda para saco plástico grande, contendo uma mistura peneirada e esterilizada feita com 1m3 de solo fértil, 300 litros de esterco de curral bem curtido, 2kg de termofosfato e 0,5kg de cloreto de potássio; com 4 e 5 meses de idade estarão aptas à enxertia.
Plantio: realizar meses chuvosos em solos muito bem preparados com arações profundas. As covas devem ter as dimensões de 40 x 40 x 40cm e ser preparadas 60 dias antes do plantio para assentamento e fermentação da matéria orgânica . Para prevenir doenças das raízes e colo, o plantio deve ser alto (5cm do torrão acima do nível do solo), colocando-se terra para formar um montículo para escoamento da água de chuva.
Espaçamento: atemóia: 7 x 6m (quando feitas podas anuais) ou 9 x 7m. Demais espécies: 7 x 5 a 7 x 6m (plantas enxertadas) e 6 x 5m (pé-franco).
Mudas necessárias: 140 a 215/ha para atemóia e 215 a 300/ha para as demais.
Calagem e adubação: no mês anterior ao preparo das covas para plantio, aplicar calcário dolomítico de acordo com a análise de solo, para elevar a saturação por bases a 60%.
Adubação de plantio: adicionar à terra extraída e ao esterco (2kg de esterco de galinha ou 10kg de esterco de curral), 160g de P2O5, 90g de K2O e 200 a 500g de calcário dolomítico, todos bem misturados antes de colocados na cova.
Adubação de formação: até o 3º ano, aplicações bimestrais no período chuvoso de 100 (na 1ª aplicação) a 600 g/planta (na última aplicação) de uma mistura de adubos contendo cerca de 10% de cada um dos nutrientes N, P2O5 e K2O.
Adubação de produção: a partir do 4º ano, aplicar 1.800 g/planta de uma mistura de cerca de 8% de N, 3% de P2O5 e 9% de K2O, em três aplicações anuais (outubro, janeiro e março). Periodicamente (2 a 3 anos), fazer análise de solo, aplicando calcário dolomítico e sulfato de zinco (15 a 20g) se necessários e, se possível, aplicar anualmente matéria orgânico.
Controle de pragas e doenças: a) broca-dos-frutos – o controle químico é pouco eficiente, além de prejudicar os polinizadores devendo-se adotar controles culturais como coleta e queima de todos os frutos atacados ou caídos no chão, ou, ainda, ensacamento dos frutos com papel manteiga; b) podridões de raízes e colo – plantio como aquele indicado anteriormente e poda de formação descrita a seguir; c) antracnose dos frutos novos – oxicloreto de cobre; d) cancro dos ramos – eliminação e queima de todas as partes atacadas.
Podas: a) poda de formação – manter um tronco de 40 a 50cm, que proporciona maior aeração, próximo ao colo da planta para controle fitossanitário. Entre 50 a 70cm, formar três ou quatro pernadas bem distribuídas, deixando dois ramos de cada pernada, de 45 a 50cm; esses ramos podem emitir quatro brotos que deverão ser conduzidos de modo a proporcionar à copa a forma de taça. Nos ferimentos de corte, aplicar pasta cúprica contendo sal de cozinha; b) poda de produção – durante o verão (maior desenvolvimento das plantas), fazer poda leve, despontando os ramos escolhidos, de modo a ficarem com 40 a 50cm de comprimento; desse modo, provoca-se a emissão de ramos de florescimento, visando às produções fora da época normal. Depois de 30 a 40 dias ocorre o florescimento; c) poda de limpeza – abertura da copa e limitação de crescimento vertical: antes do novo período vegetativo eliminar ramos doentes, mal dispostos, em excesso e aqueles da parte superior da copa (se necessário).
Controle de plantas daninhas: herbicidas ou roçadeiras nas entrelinhas e capinas manuais cuidadosas próximo às plantas. Devido às doenças, não usar grades ou implementos pesados que movimentem muito o solo e causem ferimentos às raízes ao colo das plantas.
Desbaste dos frutos: eliminar os frutos em excesso, principalmente na atemóia, e aqueles doentes, com defeitos, atacados pela broca ou que se encontrem encostados aos outros (ocorre maior ataque de broca).
Colheita: os frutos amadurecem 100 a 120 dias após o florescimento, com mudança na coloração da casca que passa de verde-amarelada para creme-rosada na fruta-do-conde, de verde-amarelada para amarelo-avermelhada na condessa e de verde-clara-brilhante para verde-amarelada-pálida na atemóia. Esse ponto de colheita é fundamental para a qualidade do fruto. Ocorre de fevereiro a junho (pico em março e abril) para a atemóia e de dezembro a julho (pico em fevereiro e março) para as demais.
Produtividade normal: em frutos comerciáveis/pé/ano: fruta-do-conde: 75 (pé-franco) a 90 (enxertada); atemóia: 100.
Comercialização: logo após a colheita, os frutos são classificados, embalados em caixetas de madeira tipo uva e entregues nos entrepostos de venda.
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Fonte: Boletim, IAC, 200, 1998.
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Híbrida, porém saborosa
Globo Rural - Edição 239 - Set/05
Oswaldo Maricato / Ed. Globo
No início do século 20, cientistas norte-americanos se empenharam no desenvolvimento de uma fruta com desempenho comercial superior ao da fruta-do-conde e o sabor da cherimóia, um dos mais apreciados no mundo. Do cruzamento artificial nasceu um novo híbrido da família das anonáceas: a atemóia. O primeiro plantio no Brasil foi feito em 1950 pelo IAC - Instituto Agronômico de Campinas, em São Paulo.

Mais de meio século depois, a atemóia continua desprezada pelos produtores. No entanto, a oferta reduzida acaba proporcionando bons preços no mercado e mostra que a fruta tem um grande potencial econômico, despertando interesse em agricultores de pequenas propriedades. Dependendo da época, o quilo no varejo ultrapassa cinco reais.
Conhecimento e prática são fatores importantes. Por isso inicie o cultivo com poucas plantas para depois expandir a quantidade paulatinamente. Escolha locais com água em abundância, pois ela vai bem em lugares com bons índices de chuvas, algo entre 750 e 1,5 mil milímetros. Os estados do Sul e do Sudeste são as principais regiões produtoras, mas há também áreas cultivadas no Nordeste.
Oswaldo Maricato / Ed. Globo
Cuidados com os frutos: garantia de produção e renda
A fruta adapta-se a diferentes condições climáticas, herança das características da cherimóia, que frutifica nas regiões andinas da América do Sul, e da fruta-do-conde, encontrada em locais onde os termômetros marcam graus mais elevados. Contudo, proteja a plantação de geadas, com a opção de plantio nas partes mais altas do terreno.
A atemóia adapta-se a vários tipos de solos, porém os recomendados são aqueles profundos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. Deve-se procurar corrigir o pH da terra entre 5,0 e 6,0. O produtor pode simplificar seu trabalho iniciando a plantação com mudas enxertadas, que evitam o ataque de fungos de solo e de coleobrocas - larvas de insetos -, além de proporcionar um pomar mais homogêneo. Devem ser adquiridas apenas em viveiros credenciados pelo Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com preço médio de 4,50 reais a unidade.
As mudas enxertadas também aceleram a frutificação e registram produção comercial a partir do terceiro ano, época que o volume atinge de 80 a 150 frutos por planta. A produção plena se dá no quinto ano em diante. Maio, junho e julho são os meses de colheita da atemóia em regiões de clima ameno, período que precede um bimestre de dormência da planta para, em seguida, ser realizada a poda.
Entre os tratos culturais adequados para o desenvolvimento da atemóia, devem ser realizadas as podas de formação, frutificação e raleio de frutos - alguns frutos são retirados para diminuir o excesso na planta. O desbaste de ramos deve deixar a copa aberta, para facilitar o trabalho do manejo à colheita. O produtor não pode também se descuidar com o controle do mato e, sempre, deve ficar atento à incidência de pragas e doenças, como a broca do coleto e a antracnose, respectivamente.
A atemóia tem um sabor leve e agridoce. A polpa branca, com sementes pretas, é suculenta e de alto valor nutritivo. O comum é o consumo in natura, mas da fruta podem ser feitos sucos, pudins, sorvetes e outras receitas culinárias.
Consultor: José Emilio Bettiol Neto, engenheiro agrônomo, pesquisador do Capta-Frutas (IAC), Av. Luiz Pereira dos Santos, 1500, Corrupira, CEP 13214-820, Jundiaí, SP, tel. (11) 4582-7284, bettiolneto@iac.sp.gov.br
Mais informações: Instituto Agronômico (IAC), Av. Barão de Itapura, 1481, Caixa Postal 28, CEP 13020-902, Campinas, SP, tel. (19) 3231-5422; Centro Avançado de Pesquisa Tecnológico do Agronegócio de Frutas, Av. Luiz Pereira dos Santos, 1500, Bairro Corrupira, Jundiaí, SP, tel. (11) 4582-7284, tel./fax (11) 4582-3455, e-mail frutas@iac.sp.gov.br; Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes, da Cati, Av. Brasil, 2.340, Caixa Postal 960,CEP 13073-001, Campinas, SP, tel. (19) 3743-3700.


Oswaldo Maricato / Ed. Globo
• Família botânica: híbrido da Annona cherimola Mill (cherimóia) com a Annona squamosa L. (ata, pinha, fruta-do-conde e outras)
• Plantio: em períodos chuvosos, devido à necessidade de água para as mudas
• Solo: profundo, bem drenado, sem camada de compactação e com matéria orgânica abundante
• Clima: tropicais, subtropicais e tropicais de altitude
• Uso culinário: consumo in natura, sucos, doces, sorvetes, cobertura para bolos, compotas e pudins
• Uso medicinal: contém fibra, proteínas, fósforo, potássio e cálcio, mas não há estudos científicos que comprovem qualquer uso específico
• Colheita: principalmente entre os meses de maio e julho, podendo começar em fevereiro/março e se estender até agosto/setembro
• Área mínima: um hectare com 200 plantas em média
• Onde comprar: muda enxertada em viveiristas credenciados pelo Ministério da Agricultura
• Investimento: custo inicial de 900 reais por hectare, com preço médio da muda de 4,5 reais


O desenvolvimento da planta se dá bem na faixa que vai de 13 graus a 32 graus e, para a maturação dos frutos, recomenda-se entre 15 graus e 24 graus. O período de polinização requer clima mais quente, em torno de 27 graus e 28 graus, com umidade relativa do ar de 70% a 80%.
Nos mais adensados, os plantios são feitos em covas de 60 x 60 x 60 centímetros, com variação de espaçamento entre 4 x 3 metros a 4 x 2 metros. Para a adubação de cada cova, é indicado a mistura de um quilo de termofosfato (adubo rico em fósforo), 100 gramas de cloreto de potássio e 18 litros de esterco de curral bem curtido. Caso seja necessário, aplique 50 gramas de nitrocálcio no primeiro ano de cultivo e, se for preciso, repita a operação. A partir do terceiro ano, as adubações são baseadas na análise do solo e na expectativa de produção.

As pesquisadoras Nilda Teresa Cardoso de Mello (IEA), Elizabeth Alves e Nogueira (IEA/SAA) e Maria Lúcia Maia (Capta-Frutas) analisaram um pomar de 440 pés cultivados em um hectare na região Sul, com produtividade média de 150 frutos por planta e peso médio de 450 gramas cada. Com o preço de 9,70 reais a caixa, o produtor obteve, neste caso, uma receita líquida de 34.221 reais - desse montante teriam ainda que ser descontados os fatores fixos de produção e despesas "fora da porteira".


Oswaldo Maricato / Ed. Globo
Híbrido originado do cruzamento da cherimóia com a fruta-do-conde, a atemóia é uma fruta exótica com forma de coração, pontiaguda em um dos extremos. Possui casca rugosa, polpa branca e é carnosa, com várias sementes pretas. As principais variedades encontradas no Brasil são pink's mammoth, african pride, pr-3, bradley, thompson e gefner; as duas últimas são as mais procuradas. Dão frutos de 450 gramas, em média, mas há ocorrências de algumas atemóias ultrapassarem um quilo.
A exótica atemóia
Fruta de origem andina ganha espaço na região
São José do Rio Preto, 7 de março de 2004
  Rubens Cardia  
Márcia e Maria Aparecida apresentam a atemóia cultivada em sua propriedade

Carlos Eduardo de Souza

A região de Rio Preto continua investindo na diversificação da fruticultura. No município de Paraíso, as cunhadas Márcia e Maria Aparecida Mascaro vão ampliar o cultivo de atemóia, uma anonácea da família da pinha que é comercializada a R$ 1,00 o quilo pelo produtor e gera renda de até R$ 100 por pé. Na região, a atemóia ainda é uma novidade. Poucos produtores cultivam a planta nos municípios subordinados ao Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR) de Jales. Agora, a fruta começa a conquistar espaço nas propriedades rurais de Paraíso, Palmares Paulista e Itajobi, substituindo culturas perenes como café e citros. A atemóia tem origem na região andina e é encontrada no sul do Equador e norte do Peru. Atualmente, é cultivada comercialmente na Espanha, Estados Unidos (Califórnia), África do Sul e Israel.

A Central de Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) recebeu, em 2002, cerca de 5,1 mil toneladas de anonáceas e, desse volume, apenas 208 toneladas eram de atemóia. Na propriedade da família Mascaro, a atemóia entrou para substituir e completar a produção de laranja, já que a colheita de laranja começa quando a safra de atemóia encerra-se. “Na fazenda, já tivemos café. Agora temos laranja e limão e, há quatro anos, meu finado sogro introduziu a atemóia”, afirmou Márcia Mascaro. Márcia e Maria Aparecida pretendem plantar este ano mais 1,2 mil pés de atemóia. “Inicialmente, o espaçamento era de 6,5 por 4 metros, mas o novo plantio será mais adensado, com 4 por 2” , afirmou Maria Aparecida. A muda custa R$ 5.


Rubens Cardia
Atemóia: cultura é trabalhosa mas proporciona boa rentabilidade

Cultivo
O cultivo de atemóia dá trabalho. A planta precisa em média de 45 a 55 litros de água por dia e aconselha-se evitar o cultivo em áreas onde foi registrada a presença de nematóides. Até completar o terceiro ano no campo, serão necessárias três podas para definir a arquitetura da planta. A atemóia é suscetível a ataque de broca do fruto, uma mariposa de coloração acizentada e de hábitos noturnos que coloca os ovos no fruto. Também sofre ataque da broca da semente, uma pequena vespa que deposita nos ovos nas sementes da atemóia. A larva desenvolve-se até a fase de popa na fruta. Além disso, é preciso fazer uma poda anual vigorosa no mês de agosto, aplicação de fungicida ou cobre após a poda, desfolhas e corte de extremidades de galhos em outubro, janeiro e fevereiro.

Outro fator limitante é que a atemóia costuma exercer pouca atração sobre os insetos e, para assegurar uma colheita comercial (cerca de 180 frutos por pé), é necessário fazer a polinização artificial. No período de florada, coleta-se o pólen no final da tarde. O pólen deve ser armazenado em sacos de papel e, no dia seguinte, a polinização é feita com pincel até no máximo 10 horas da manhã. O fruto atinge 300 gramas. A colheita estende-se, na região de março a maio e, com irrigação, até o mês de junho. “Não colhemos a fruta madura. Quando ela começa a clarear, fazemos a colheita e, em três dias, está pronta para consumo”, afirmou Maria Aparecida. Com a irrigação, a colheita estende-se por quase 120 dias e permite uma melhor remuneração ao produtor. (FONTE)


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2 Comments:

Blogger Leninha said...

Plantei uma semente de atemóia e hoje já é um pé adulto, acontece que ele floresce e não vinga os frutos. Gostaria de saber o que devo fazer. Aguardo sua resposta. Obrigada!

10:29 PM  
Blogger Projeto "Reciclagem" said...

Bom dia
Minha tem vários pes
Os frutos nascem, crescem endurecem e ficam pretos e racham o q fazer para q eles amadurecaa?

9:47 AM  

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