quinta-feira, março 29, 2012

Cavani e Tarzan, enfim, juntos
            A convivência entre o prefeito Cavani e o vereador Tarzan, ambos do PSDB, sempre foi marcada pela antipatia recíproca, antipatia que os dois líderes políticos nunca esconderam de ninguém, uma rixa disfarçada que durou mais de sete anos, só acabando, agora, com as malfadas prévias eleitorais semana passada, em que foi sacramentada a chapa-pura tucana, Paulinho/Rossi. Chapa imposta à classe política, bem ao estilo dos velhos caciques e coronéis dos quais Cavani e Tarzan são subprodutos.
            O prefeito Cavani, até poucos dias atrás, era considerado um grande líder político, líder que iria eleger o sucessor que mais lhe aprouvesse. Bastava ele dizer, meu candidato é este, e pronto, o dito cujo estaria eleito. Agora se sabe que isso mudou, o candidato que o prefeito vai apoiar não é o dele, é do Tarzan, e que, agora, ele é um alcaide em fim de mandato, que teve de engolir, a seco, a candidatura do tucano Paulo de La Rua, enfiada goela abaixo pelo baixinho mais sagaz de Pedra Chata: Paulo Roberto Tarzan dos Santos, o amado de dona Beth.
            A surpresa dessa decisão política só não foi maior que a decepção dos aliados do prefeito, PMDB, PV e outros, que esperavam serem convidados a participar da formação do bloco situacionista, para as próximas eleições; no mínimo indicar o vice da chapa. Comenta-se que a chapa-pura aconteceu quando o prefeito, vendo que ia perder os anéis e os dedos, pediu (em off) para o presidente do partido, vereador Tarzan, incluir, por favor, o seu candidato na chapa, Antônio Rossi Jr. E o Tarzan concordou.
            Maior decepção foi das lideranças do PV, que se sentiram ultrajadas em suas projeções eleitorais ao ficar chupando o dedo, mesmo sabendo que a dupla vai ter o apoio do deputado Ulysses, que deve obrigações de campanha ao Paulinho. Para o PMDB de Itapeva, se for fisiológico como o de Brasília, qualquer acordo serve, desde que tenha cargos na Prefeitura. Entretanto, o presidente do partido, Jeferson Modesto, diz, para quem quiser ouvir, que o PMDB vai ter candidato próprio a prefeito. Quem? Esperar pra ver. Muitos acham que é um blefe para valorizar o passe. Será?
            Se vingar a chapa Paulinho-Rossi (o que muita gente duvida), vai facilitar para a oposição se aglutinar em torno de nomes novos, isso é bom porque Itapeva precisa se renovar politicamente, chega de filhotes de caciques.
                                                       Querer é poder
            Muita gente veio me perguntar por que o Tarzan se empenhou tanto para emplacar o nome do Paulinho como candidato a prefeito? Ele que traiu o “amigo” tantas vezes, de repente, mudou, e não se intimidou em desafiar o prefeito Cavani, tido até semana passada como o mais “poderoso” político da província. Para saber o porquê dessa virada, saí a campo pesquisar e fiquei sabendo o seguinte: o Tarzanzinho tem um sonho antigo, um projeto pessoal, que ele só vai conseguir realizar se puder contar com um prefeito que esteja em débito com ele. O seu sonho é ser Secretário da Educação, ele quer comandar o professorado, administrar aquela dinheirama que chega todo mês a mancheias, admitir funcionários, aliás, calcula-se que mais de um terço dos funcionários da Educação foi indicado pelo Tarzan, talvez mais. Portanto, é uma pasta que ele domina bem, desde os tempos da secretária Mady (lembram-se?) e do prefeito Wilmar, apesar do acidente de percurso quando o Paulinho criou a CEI do Fundef e “melou” tudo. Mas CEI é coisa do passado, o Paulinho também já não é mais aquele Paulinho ético, durão, intransigente, agora ele faz acordos, “chega no milho”, pois sabe que só com o apoio da “máquina” ele consegue viabilizar sua candidatura, porquanto, não dispõe de um mísero real para sua campanha. Agora, ele é homem de confiança do prefeito Cavani, que acredita, piamente, que o Paulinho, se eleito, nunca vai permitir que um vereador gaiato abra uma CEI da Educação a fim de devassar a gestão anterior.
Se o doutor Luiz acredita nisso, quem somos nós para duvidar. Que bom, né?

sábado, março 24, 2012


Crise da indústria brasileira vai muito além do câmbio

Valor Econômico - 23/03/2012
Reportagem publicada pelo Valor na segunda-feira revelou que um acúmulo de fatores mais e menos antigos conspirou para deprimir a indústria brasileira, especialmente o segmento de transformação, nos últimos anos. Infraestrutura precária, custos elevados de mão de obra, carga tributária alta, spreads bancários turbinados em cima dos maiores juros do planeta e educação insuficiente são alguns desses antigos problemas que afloraram com toda intensidade quando a crise internacional acentuou a tendência de apreciação do real e aumentou a concorrência mundial.
Os custos da indústria brasileira vêm subindo continuamente. Conforme a reportagem registrou, a folha de salários da indústria aumentou 25% desde 2005 em reais, já descontada a inflação. A energia elétrica, um importante indicador da infraestrutura, ficou 28% mais cara, apesar da abundância de recursos hídricos. Com a valorização do real, os custos tornaram-se ainda maiores. Em dólares, a energia saltou 86%, e a mão de obra, 57%.
Nesse espaço de tempo, o câmbio teve uma valorização de 40% em termos reais, frente a uma cesta de 15 moedas, que deixou a indústria brasileira com dificuldades de competir não só com a China, mas também com a Alemanha.
O impacto desses fatores na perda da competitividade da produção brasileira foi fulminante. Em 2004, a chapa de aço nacional tinha praticamente o mesmo preço da importada. Em 2011, o aço doméstico custava 75,5% mais do que sete anos antes e o importado subiu 38,2%. O preço sem impostos da tonelada da chapa grossa de aço laminado brasileiro chegou a US$ 1.130 no ano passado, 31,9% mais cara do que a importada (US$ 857).
Em outro exemplo recolhido pela reportagem, o custo da mão de obra industrial no Brasil, de US$ 10,08 por hora, é um terço da verificada nos Estados Unidos e Japão, mas é maior do que a de países como o México, cuja indústria automobilística vem preocupando Brasília, e, naturalmente, do que o da China.
A produção industrial brasileira perdeu espaço não só no mercado externo mas também no interno. Para driblar o aumento de custos, a própria indústria passou a buscar fornecedores estrangeiros, montou fábricas no exterior e deixou mercados externos arduamente conquistados para vender aos consumidores brasileiros, que absorvem os preços mais salgados.
Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), levantados em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), a indústria brasileira importou 22,4% dos insumos utilizados no ano passado, o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Em 2005, o percentual era de 17,2%. Em 2011, enquanto o Brasil teve um superávit de US$ 29,8 bilhões na balança comercial, a indústria de manufaturas teve déficit de US$ 92,5 bilhões.
O segmento mais afetado é a indústria de transformação, que ficou estagnada em 2011 (variação de 0,1%), enquanto a indústria crescia 1,6%, e o Produto Interno Bruto (PIB), 2,7%. Nos últimos dez anos, a indústria manteve a participação no PIB, com 27,5% em 2011, em comparação com 27,3% em 2000. A indústria extrativa mineral aumentou sua fatia nesse período. Mas a indústria de transformação perdeu terreno, encolhendo de 17,1% para 14,6% no ano passado, o menor patamar em cinco décadas. A indústria perdeu algum espaço também no conjunto do emprego e responde atualmente por 16% do emprego no país, percentual que estava ao redor de 17% até 2009.
O pior desse quadro é que o governo não parece seriamente envolvido em uma solução abrangente como a complexidade do quadro exige. As iniciativas governamentais têm mais se assemelhado a improvisos, medidas que não vão em frente ou ataques pontuais. O Reintegra, por exemplo, que promete devolver ao exportador 3% do valor exportado por conta de impostos não recuperados, foi lançado em agosto no plano Brasil Maior, mas até agora não reembolsou nenhuma empresa.
O governo prefere tentar estancar a desvalorização cambial, mas muitas medidas adotadas acabaram criando distorções. Além de o câmbio não ser o único problema, esse é um caminho arriscado porque a desvalorização do dólar é um fenômeno global, desencadeado pela crise internacional e pelo afrouxamento monetário usado pelas economias avançadas para tentar reativar suas economias.
O problema precisa ser enfrentado em todas as suas facetas, levando em conta o novo cenário internacional de dólar fraco, capacidade ociosa da indústria global e intensa competitividade.

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quinta-feira, março 22, 2012

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

Queda de braço: Tarzan X Cavani?

            Até a prévia do PSDB, não pretendia fazer comentários sobre a sucessão municipal, para não colocar mais lenha na fogueira, cujas labaredas ameaçam incendiar o circo todo. Mas não resisti, não podia deixar passar em branco a surra política que o presidente vitalício, e principal líder o partido, vereador Paulo Roberto Tarzan dos Santos, vem dando no prefeito Luiz Cavani (PSDB). Por inapetência, ou incapacidade política, o prefeito dormiu de touca, achou que era o rei da cocada preta, que ia dar as cartas do jogo sucessório, todo mundo falando dele como eleitor inconteste do próximo prefeito, mas enganou-se, pois não contava com a habilidade de articulação de seu principal desafeto político, deixando o tucaninho mais infiel do país tomar as rédeas do processo político de Itapeva, impondo-lhe o seu candidato.

Hoje não há conversa política sem se falar do Tarzanzinho, o nosso maquiavel de proveta, e sempre como dilema para o presunçoso prefeito, que ficou na rabeira do processo por incúria, só restando-lhe, agora, a caneta e a boa avaliação, como moedas de trocas políticas, mas que precisa saber usar, senão, é furo n´água, há exemplos históricos disso. Com sua notória inabilidade política, será que doutor Luiz saberá usá-las? Há quem duvide. Se ele não se preocupou, durante sete anos, em preparar seu sucessor, difícil agora, às vésperas das eleições, querer criar um candidato biônico a seu gosto. Mais sensato, portanto, é jogar o jogo e tentar vencer o Tarzan e seus asseclas.
Tempos atrás acreditava-se que o prefeito dominava a situação política, ledo engano, estava tão perdido como agora. Aliás, em matéria de simular ele é campeão.
Há quem diga que o alcaide tem “carta na manga”, se tiver é hora de jogar, porque, senão, à sua revelia, Paulo de La Rua (o ungido do Tarzan) será o candidato tucano para as próximas eleições, visto que, segundo prognósticos mais modestos, ele ganhará a prévia com mais de 80% dos votos. Depois das prévias, diante de uma situação de fato, fica mais difícil os acordos para se chegar ao consenso em torno de um nome. Agora é o momento de o prefeito intervir no processo, com sua propalada força política, deixando claro quem é o seu candidato, doa a quem doer. Isso, sim, é liderança. Como fez o Tarzan, apontando o Paulinho: “este é o meu candidato”, por isso, tem que se tirar o chapéu para o filho do saudoso Joaquim dos Santos, meu amigo, aliás, homem sensível e de notável inteligência, cujos genes ele passou para seus descendentes.
                                                               Será remorso?
Duvido que alguém demova o vereador Tarzan de seu empenho em emplacar o seu candidato à sucessão tucana. Ele tem dívidas antigas a resgatar com Paulo de La Rua, pelas tantas vezes que “deu o chapéu” no amigo e ex-patrão. Em meus artigos na falecida Folha do Sul, registrei todas as traições do sagaz tucaninho, contra seu mui amigo e criador, pois foi o espanholzinho quem lançou o Tarzan, seu melhor balconista, na política. E nessa de “dar o chapéu” em companheiros de partido o vereador Tarzan tem muito em comum com o prefeito Cavani, os dois são “traíras” natos; nas eleições, os dois trabalham, na maior tranquilidade, para candidatos de outros partidos.
Em 2000, Tarzan não apoiou a chapa do tucano Paulo de La Rua/Roberto Comeron (PFL); o partido estava sob intervenção de Roberto Tamura (que fechou os olhos para não ver a traição), justamente porque o Tarzan não queria o Paulinho candidato para poder apoiar Wilmar Mattos, atribuindo-se o fato de o Paulinho, à época, estar aliado à ex-deputada Terezinha de Jesus. Mero pretexto. Paulinho perdeu por pequena diferença (3%), o que leva a supor que o Tarzan ajudou a derrotar o “amigo”.
Já nas eleições de 2004, o Tarzan deu uma banana para o PSDB e apoiou Luiz Cavani (PT), lançando pelo partido um candidato “laranja”, Paulo Daudone (hoje eficiente funcionário da Prefeitura) para poder compor a chapa de vereadores. Por isso que se diz: o PSDB é igual mulher de zona, não tem dono, gosta de apanhar e não liga de ser traído; o Tarzanzinho sabe disso e aproveita. E doutor Luiz também. Oremos.

terça-feira, março 20, 2012


Folha de SP, Eliane Cantanhêde

É a educação, estúpido!
 
BRASÍLIA - Ok, o Brasil caminha para ser a quinta economia, depois de ultrapassar a França. Mas convém conter a euforia, como mostram duas reportagens do domingo.
Folha: "Brasil é o país que menos cresce na América do Sul". O "pibinho" de 2,7% em 2011 não é só menor do que a média de toda a América Latina (em torno de 4%), mas também menor do que o crescimento do PIB na Argentina, no Chile, na Venezuela, no Peru, na Bolívia. Sem falar em outros países emergentes, particularmente China e Índia.
Entre os motivos para esse desempenho pífio, segundo os analistas, estão a questão pontual do combate à inflação e a questão estrutural da defasagem de investimentos.
Aí entra a reportagem do jornal "O Globo", comparando 17 países da região: "Brasil, um dos últimos da AL em trabalho produtivo". Ou seja, o quociente entre bens e serviços produzidos no país e o pessoal ocupado mostra que a produtividade do trabalhador brasileiro é muito baixa diante, novamente, de Argentina, Chile, Venezuela e por aí afora.
O Brasil, pois, é tratado como um sucesso, mas ainda falta muito para ser realmente um sucesso. Falta investir com energia em infraestrutura e em produtos de valor agregado e, sobretudo, falta tratar a educação como prioridade das prioridades.
Presidentes, governadores e prefeitos, todo político capricha na defesa da educação -sobretudo durante as eleições-, mas a realidade é bem diferente. E resistente.
Folha de ontem: "Gasto com servidores põe Estados em alerta". O pagamento do funcionalismo e da burocracia cresce mais do que a arrecadação em 16 Estados (e no DF) e quase tanto na maioria. E daí? Daí não sobra dinheiro para investimento e nem mesmo para um piso nacional decente para os professores.
Sem professor, não há educação. Sem educação, não há produtividade. Sem produtividade, não há crescimento. Fica só o oba-oba.

segunda-feira, março 19, 2012

Fermento do PIB

Autor(es): George Vidor
O Globo - 19/03/2012
 
A grosso modo, para cada ponto percentual de aumento da taxa de investimento a economia brasileira pode crescer 0,4 ponto de forma sustentável (sem atiçar a inflação, por exemplo). Por esse cálculo — apresentado por Regis Bonelli, pesquisador do Ibre da Fundação Getúlio Vargas — o Brasil precisa que a taxa de investimento evolua para 24% ou 25% do Produto Interno Bruto (PIB), diante dos 19,3% de 2011.MAIS
PT QUEBRA A INDÚSTRIA

Hiato entre produção e varejo acirra debate sobre 'culpa' do câmbio

Autor(es): Por Denise Neumann e Sergio Lamucci | De São Paulo
Valor Econômico - 19/03/2012
 

Em 2005, 12 em cada 100 produtos consumidos no país, vinham do exterior. Na mesma época, quase 19 de cada 100 peças produzidas pela indústria brasileira foram vendidas em outros países. Desde então, os coeficientes de importação e exportação inverteram a mão. No ano passado, a importação representou 20% do consumo de bens industriais no país, enquanto a participação das exportações encolheu para 15% da produção. Nesse período, o câmbio efetivo - que pondera o real pela inflação e pela moeda dos principais parceiros comerciais do Brasil - sofreu uma valorização de cerca de 40%, movimento também influenciado pelo aumento dos preços internos superior aos externos. Isso encareceu os produtos "made in Brazil" e barateou os "made in China, Alemanha, Coreia etc". MAIS

sexta-feira, março 16, 2012

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA
 
Bar de grã-finos
 
            Bar de grã-finos é aquele que se identifica não só pelo tipo de clientela em que predominam pessoas de alto poder aquisitivo, como médicos, políticos, empreiteiros, comerciantes, contrabandistas, dentre outros menos cotados, mas, também, pelos preços abusivos que pratica; uma dose de bebida, ou porção de “tira-gosto”, custa mais que o triplo dos bares comuns. É uma forma consentida de selecionar a clientela pelo bolso. O serviço nesses bares, geralmente, é de primeira: garçons bem-trajados, asseados, boa música, os alimentos dentro do prazo de validade, uma maravilha para a grã-finagem.
Em Itapeva, porém, não é bem assim. Na área central da cidade tem uns bares que podiam se encaixar na definição acima, preferidos pelos grã-finos itapevenses. Mas, infelizmente, a maioria deixa muito a desejar, digamos, que são bares para grã-finos caipiras (com todo respeito a meus confrades caipiras), disputados por uma clientela abastada, sem opções de lazer, que tem de se contentar com o péssimo serviço oferecido. E ponha-se péssimo nisso! Tem bar que serve porções de alimentos com produtos vencidos, soube de casos de grã-finos com disenteria, intoxicação, mas essa gente não reclama, pois nunca atribui a causa do mal ao tira-gosto vencido do bar. E não adianta ir à Vigilância Sanitária denunciar, porque lá eles não trabalham à noite, quer dizer, enquanto não morrer um grã-fino intoxicado ou de botulismo, tudo bem. Sabe-se, no entanto, que, muito de vez em quando, a Vigilância faz blitz pelos bares e lanchonetes da periferia, e chega até a interditar alguns estabelecimentos, mas dificilmente fiscaliza os bares de bacanas.
Tem outra questão. Para atrair freguesia e amenizar a precariedade dos serviços, tem bar que oferece música ao vivo, quando entram em cena o amadorismo e o mau-gosto mais cafona. Enquanto os grã-finos (coitados) bebem e degustam o salgadinho suspeito, eles tentam conversar, trocar ideias, fofocar (uma delícia fofocar), tentam porque o som alto atrapalha o bate-papo, o mais incrível é que ninguém reclama, atitude irracional de gente considerada “instruída”. A maioria dos “cantores” e conjuntos musicais são tecnicamente sofríveis e aumentam o volume do som para encobrir as “deficiências”, porém, sem a devida proteção acústica determinada pela Lei do Silêncio 2472/06, art. 4º, parágrafo 1º. Um desrespeito à lei e à vizinhança que trabalha e precisa dormir e que a polícia devia proteger. Por que não se coloca CDs de música cujo volume seja compatível com o ambiente, onde se quer conversar, tomando uma bebida? Se o som estiver alto demais e a Polícia Militar for chamada aí... bem, já contei essa história aqui, a PM, na maioria das vezes, não atende e se for bar de grã-finos o policial não entra, só entra em bares da periferia. Por quê? Perguntem ao Comandante da PM.
                                               Aranha e Luciano
Não é nome de dupla sertaneja. Trata-se do tenente Aranha, comandante da Guarda Municipal, e Luciano de Oliveira, secretário da Defesa Social e Ação Social. Essa dupla está disposta a pôr um fim ao abuso dos bares que desrespeitam as leis de posturas municipais, em favor do sossego público e da segurança. Dia 2 p.p. a Guarda Municipal, atendendo reclamação de moradores, foi ao Tub - Top Square, no centro, onde havia som ao vivo, entrou e mandou parar. Sexta-feira passada tornou a entrar no mesmo estabelecimento, cujas instalações estão em desacordo com a lei municipal, pois não tem vistoria aprovada pelo Corpo de Bombeiros (AVCB), nem proteção acústica para música ao vivo, dentre outras exigências. Faltou a Vigilância Sanitária fazer a sua parte, mas quem sabe com o secretário Luciano à frente das blitze o pessoal da Vigilância vai cumprir o seu dever de ofício.
Ninguém é contra os bares, eles são necessários, principalmente, numa cidade de poucas opções de lazer, afinal, todo mundo precisa viver, divertir-se, ter seu negócio, mas isso não inclui transgredir leis municipais nem ser foco de perturbação do sossego público. Todo cidadão tem direito ao descanso à noite, isso é um princípio consagrado em todo mundo, inclusive em Itapeva, que tem leis nesse sentido a fim de coibir o abuso de infratores. A clientela pode colaborar nesse sentido se afastando de estabelecimentos transgressores e estará prestando inestimável serviço público e à cidadania. É isso aí.

quarta-feira, março 14, 2012

NO QUE DÁ ELEIÇÃO DE "POSTE" SEM LIDERANÇA

Fernando Rodrigues, FOLHA
A presidente sem amigos
BRASÍLIA - Dilma Rousseff sempre teve uma relação conflituosa com sua base de apoio no Congresso. O azedume e a tensão aumentaram nas últimas semanas.
A presidente reagiu. Trocou seus líderes na Câmara e no Senado. É improvável que a mudança resulte em menos atritos. Os defenestrados iam mal porque não eram empoderados pela presidente. Figuras decorativas, Dilma os adstringia a obedecer suas ordens. Diálogo? Nem pensar. Os novos líderes tampouco têm intimidade com a titular do Planalto. Não é o estilo presidencial.
Dilma, aliás, segue fiel a esse seu estilo. Decide quase tudo de maneira solitária. Age de supetão, com aflição e paranoia por causa de vazamentos para a mídia. A responsabilidade integral é sempre dela.
Trata-se de uma grande diferença em comparação aos outros dois governos "mais normais" pós-ditadura, de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Era comum os presidentes pré-Dilma compartilharem suas ações políticas com um grupo decisório mais próximo.
No caso de Dilma, não existe tal grupo. Pelo menos, não há assessores com poder de influência para tanger a presidente para um dos lados de uma discussão sobre manejo político. Aliás, ai de quem tentar.
Ontem, enquanto a presidente era homenageada no Senado, um petista lembrou-se de um encontro recente de congressistas de seu partido. Havia cerca de dez pessoas à mesa. Uma delas perguntou: "Alguém aqui pode dizer 'a Dilma gosta de mim'?". Fez-se o silêncio.
Essa é a síntese da administração de Dilma Rousseff na política. Trata-se de uma presidente solitária. Não fez nem faz novos amigos. Toca o barco de maneira monocrática. Até agora, aprovou no Congresso poucos projetos de relevância para mudar a cara do país. A chance de ter sucesso com a troca de líderes é incerta, para dizer o mínimo.
CABRITOS CUIDANDO DA HORTA

Qualquer esforço para tornar a política brasileira mais "republicana" (um adjetivo muito em moda) só dará certo se envolver um sério trabalho de separação do público e do particular. O Parlamento, hoje, não parece o lugar mais propício para se iniciar essa tarefa.ESTADÃO

quinta-feira, março 08, 2012

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

Copioso rega-bofe político-eleitoral
            Sexta-feira, por volta das treze horas, o salão do Space Vitoria-Régia, no Jardim Ferrari 3, já estava lotado com a mais fina flor da política itapevense e por cidadãos da elite local, todos com sorriso lacrado na face. O PMDB, presidido pelo diretor deste semanário, Jeferson Modesto, aproveitou a vinda do presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que viera inaugurar a nova escola do SESI, para promover o encontro de suas lideranças e de demais partidos com vista às próximas eleições municipais.
Logo à entrada os convidados eram etiquetados por belas recepcionistas, vestidas com o indefectível “pretinho-básico” um palmo acima dos joelhos e as belas pernocas a atrair o olhar lascivo dos machões. Mesas com toalhas e guardanapos de linho, distribuídas pelo local, apresentavam uma sortida de quitutes finos e sucos naturais (salgadinho e tubaína é coisa de petista) e o melhor, sem o famigerado som-alto ambiente, que, em Itapeva, é uma espécie de “abafa-conversa”.
            À esquerda do salão, num mini-palco elevado, Monterão, desabrido, acariciava com sua verve inconfundível o ego de cada convidado importante que entrava, mas só o prefeito Cavani recebeu salva de palmas, puxada por seus secretários (claro), e ele abriu sorriso de uns 15 músculos faciais, cumprimentando os convidados mais risonhos, indo em seguida para o mini-palco, junto aos demais “notáveis”, dentre os quais o homenageado Paulo Skaf, futuro candidato a governador. 
            Dos secretários municipais só estavam presentes os cinco “prefeitáveis”, os demais como Xixo, Toninho Bucho, Cassiano, Davi etc. foram desconvidados. Os secretários ficaram todos juntos, em pé, próximo a este escriba crepuscular, exceção do Armandinho que ficou afastado, sozinho, jururu, decerto, por não querer se misturar. Ao lado dos secretários, professor Geraldo do PT, de bonezinho, e o padre Benedito, de batina nova, impecável, degustavam (comer é coisa de pobre) pasteizinhos de carne; advertidos por este escriba de que era sexta-feira de quaresma, o padre sorriu e sapecou o catecismo atual para o abelhudo agnóstico: “a Igreja há muito liberou comer carne na quaresma, só proibiu na Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira da Paixão”. Ah, bom.
            Claro, estava presente o mais festejado candidato peemedebista da região, Juninho da Bauma (dizem que foi ele quem pagou a conta da festa). Juninho ainda não tem cacoetes políticos e tentava ser comunicativo. Dentre os convidados ilustres, o presidente da Unimed, Mario Tassinari e seu tio, deputado Ulysses (PV); o pastor presbiteriano Weslei Eller, esposa e filho (não vi nenhum pastor pentecostal, grandes cabos-eleitorais); delegado Reinaldo Braga; empresário tucano, Heliton do Valle, virtual candidato a prefeito de Itararé; o médico Mazen Haidar e esposa, futuro candidato do PP; vereadores Comeron e Júnior Guari (felizes) Paulinho e Tarzan (desenxabidos).
            Devido a falta de um profissional do ramo, a má qualidade do som do microfone prejudicou os oradores, mal se entendia as falas, só conseguia quem estava próximo. Como não se entendi quase nada, deixo de comentar o que eles disseram. Uma pena.
            Em eventos políticos sempre se improvisa o som, geralmente, músicas de mau-gosto, altíssimas, desta vez, porém, o microfone foi o vilão; todavia, quase no fim da festa, o encarregado do som aumentou o volume das caixas e espantou todo mundo.
            Mas o clima descontraído no mini-palco dos maiorais da política foi comovente, não havia adversários, nem deste nem daquele lado, confraternizavam o que parecia uma virtual união para um único candidato (quem?), pois estavam presentes quase todos os candidatos declarados às próximas eleições, tanto os da situação como da “oposição”. A impressão deixada pelo evento é que o próximo prefeito já está definido, falta comunicar a patuléia, que, como tudo em política, é a última a saber e a primeira a se “ferrar”. Adianta dizer que uma Administração sem oposição é um risco muito grande? Que a população pode ficar à mercê da vontade de um prefeito despótico, incapaz e corrupto, sem ninguém para defendê-la, quer dizer, ela pode ser vítima da própria burrice da unanimidade. Nesta altura do século 21, Itapeva não merece isso. Chega de prefeitos arcaicos e demagogos, chega de Ramal da Fome. Oremos.

segunda-feira, março 05, 2012

CONSENSO OU PRÉVIAS?


Em política, “consenso” na escolha de candidatos é,  quase sempre,  acordo da elite política para que o poder continue na mão de poucos.  É justamente através do tal “consenso” (acordo) que duas ou três  famílias  mantêm o poder nos grotões! 

São elas que escolhem os candidatos. Ou seja, os eleitores  votam, mas não escolhem!
Ora, democracia vai além. Democracia é competição! Democracia é divisão! 

Por exemplo, divide-se o Poder em três Poderes independentes, tal que um sirva de freio para os outros. 

Outro exemplo: divide-se as forças políticas em vários partidos, para que um concorra com os outros. 


Prévias já!

quinta-feira, março 01, 2012

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA



Armandinho “jantou” o Tarzan

            Segundo espectadores foi muito bom o último debate na Câmara, entre os tucanos, com vista à prévia eleitoral para saber qual será o candidato a prefeito “oficial” do PSDB. Estiveram presentes o ex-prefeito de Itaporanga, secretário Antônio Loureiro, secretário Antônio Rossi Júnior e o ex-prefeito e secretário Armando Ribas Gemignani.

            Essa prévia foi uma artimanha maliciosamente engendrada pelo vereador Tarzan, presidente do PSDB, a fim de viabilizar o nome de seu candidato, Paulo de La Rua, visto que sua indicação corria risco diante de outros filiados ao partido, a maioria secretários municipais da confiança do prefeito. Todavia, Tarzan e mais 500 pessoas sabiam de antemão que o Paulinho seria vitorioso nas prévias, pois nesse quesito de arrebanhar votantes filiados ao partido, o Tarzanzinho é imbatível, é quando ele cobra os empregos e “favores” prestados aos correligionários. Um verdadeiro cacique.

  Com essa jogada ardilosa, Tarzan quis colocar o prefeito Cavani numa situação de fato, numa “saia justa”, pois ele teria de “engolir” o seu candidato, vitorioso nas prévias. Mas quem conhece o ítalo-libanês, amor de dona Sônia, sabe que ele não aceita “prato pronto” nem imposição de quem quer que seja. E está certo. Foi muita ousadia do vereador Tarzan, com altos índices de rejeição política querer indicar um candidato, também com altos índices de rejeição, ao prefeito Cavani cujo governo as pesquisas revelam o auspicioso índice de 80% de aprovação!! Ele só aceitaria essa imposição autoritária do vereador se fosse tolo e de tolo o prefeito Cavani não tem nada.

Como mediador do debate, Tarzan tentou sobrepor-se aos candidatos com a sua costumeira fala de dar a entender que só ele traz benefícios para o município, que só ele consegue aprovação de todos os projetos do governo para Itapeva, sem mencionar o prefeito Cavani. Foi aí que Armandinho defendeu o trabalho do prefeito nesse sentido e colocou o baixinho mais papudo da província no seu devido lugar. Parabéns, Armando.

De irmão para irmão

Entre os preceitos maçônicos se destaca o do espírito de fraternidade, que deve prevalecer entre os “Irmãos da Ópa”. Numa eleição, por exemplo, entre “irmão” e “profano”, o bom maçom deve apoiar o “irmão”. Como se sabe, entre os tucanos tem dois postulantes maçons à candidatura de prefeito: Antônio Rossi Jr (“ativo”) e Armando Ribas Gemignani (“adormecido”) os outros cinco são “profanos”.
A valer essa equação singular (não obrigatória) fica mais fácil presumir qual será o candidato do prefeito, que exercita seu charme de alimentar o mistério sobre o nome de sua preferência. Daí, a torcida poderia se polarizar: Armandinho ou Rossinho?
Rossi, parceiro fiel, braço direito e esquerdo do prefeito (o Adelço morre de inveja) segura os “pepinos” e descasca os “abacaxis” para o chefe não ter trabalhos prosaicos a tirar-lhe o sossego em seu gabinete. Sem a competência do Rossi, o prefeito há muito teria perdido a fleuma e o sorriso perene que ostenta no seu dia a dia; Armandinho, ex-prefeito 89/92, foi vice na primeira eleição de Cavani, a sua participação na chapa foi de suma importância para a vitória do “irmão” Luiz; Armando deu densidade à campanha, fez os melhores discursos, cativando o público com sua simpatia, e mobilizou seus correligionários, que não são poucos. Desde então está no governo, como secretário, onde vem dando o melhor de si com ótimos resultados.

Mas quem conhece o prefeito sabe que ele é personalista demais para se sujeitar a questões doutrinárias de quaisquer instituições, mesmo assim, fica aqui o registro.

Enfim, doutor Luiz vive seu esplendor pessoal, envolto num clima de bajulação ostensiva, todo mundo quer o seu apoio, ou um afago que seja: vereadores, secretários, imprensa, presidentes de partidos, funcionários, jardineiros, pastores evangélicos, pais-de-santo, empresários etc. Por conta disso, doutor Luiz está se achando acima de tudo e de todos, quase um deus grego no Olimpo. Então, periga de ele também se achar acima da Maçonaria e dos “irmãos”... aí, gente, seguuuura peão...
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